O tradicional “Dia da Terra”, em que palestinos e árabes israelenses lembram desde 1976 a desapropriação de suas terras por Israel, foi marcado esta terça-feira pela morte de um adolescente palestino em Gaza, atingido por disparos de soldados israelenses.
Os militares israelitas mataram Mohammed Zeid al Fermawi, 15 anos, quando ele se aproximava da barreira de segurança, perto do aeroporto abandonado de Gaza, a leste da cidade de Rafah, disse à AFP Moawiya Hasenein, chefe dos serviços de urgência palestinos em Gaza.
O exército israelita afirmou não ter qualquer envolvimento no incidente. Outros 11 palestinos, entre eles diversas crianças, foram feridas a bala na Faixa de Gaza. Um adolescente foi ferido por um tiro em um protesto pela terra no campo de refugiados de Maghazi, centro de Gaza, afirmou Massanein. Os outros dez feridos participavam de uma manifestação de centenas de pessoas que se dirigia à fronteira, a leste da cidade de Khan Yunes, sul da Faixa de Gaza, completou Hassanein.
Uma criança de nove anos, Raid Abu Namus, encontra-se em estado grave, afirmaram fontes médicas. Os manifestantes lançaram pedras contra os soldados israelenses, que responderam com disparos, indicaram testemunhas. O exército israelita afirmou ter aberto fogo “respeitando os procedimentos” em uma “zona de guerra” proibida aos palestinos. Também houve manifestações pelo Dia da Terra em Israel e nos territórios ocupados.
Em Sajnin, cidade israelita majoritariamente árabe, milhares de pessoas manifestaram-se agitando bandeiras palestinas. Alguns manifestantes levavam retratos dos chefes do Hamas e do Hezbolá libanês, observou um fotógrafo da AFP. “O Dia da Terra é a ocasião de afirmar nossa identidade e nosso pertencimento à Palestina”, afirmou à AFP o deputado árabe-israelense Mohammed Barakeh.
Em torno de 1,2 milhão de árabes vivem em Israel, que tem 7 milhões de habitantes, descendentes dos 160.000 palestinos que ficaram no país quando o Estado de Israel foi fundado, em 1948.
