O escritor português e prémio Nobel da literatura, José Saramago, morreu hoje, sexta-feita, aos 87 anos.
Saramago deixa uma vasta obra literária, da qual se destaca, entre outros, os livros Memorial do Convento e O Evangelho Segundo Jesus Cristo.
O seu romance Ensaio sobre a Cegueira foi adaptado ao cinema pelo realizador brasileiro Fernando Meirelles numa película co-produzida por três países com a participação de Juliette Binoche.
Nos últimos anos Saramago foi hospitalizado em várias ocasiões, principalmente deivdo a problemas respiratórios. Segundo a imprensa espanhola, que citam fontes de sua família, o escritor morreu na sua residência depois de ter passado uma noite tranquila.
Atualmente estava a preparar um livro sobre a indústria do armamento. “Não será sobre o Corão, mas será sobre algo tão importante quanto todos os corões do mundo: por que não há greves na indústria do armamento”. “Uma greve na qual os operários digam: ‘Não construímos mais armas'”, afirmou, em entrevista em novembro. “Todo mundo tem armas, vivemos numa sociedade de violência, que é aceita e a televisão está nos dizendo todos os dias que a vida humana não tem nenhuma importância”, acrescentando.
Nascido na povoação de Azinhaga, perto da Golegã, em 16 de Novembro de 1922, Saramago, que ficou conhecido pelo seu ateísmo e iberismo, foi membro do PCP e chegou a dirigir o Diário de Notícias.
Saramago, que vivia desde há vários anos na ilha espanhola de Lanzarote com a sua esposa Pilar del Rio, destacou-se ainda por ter sido um dos fundadores da Frente Nacional para a Defesa da Cultura em 1992.