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Morre um segundo estudante nos protestos na Venezuela

Um estudante de 28 anos morreu na madrugada desta terça-feira em Mérida, oeste da Venezuela, em um protesto realizado depois da suspensão do sinal do canal RCTV, informou ao canal oficial VTV o governador do Estado, Marcos Díaz Orellana.

Horas antes, outro jovem de 15 anos, Yosinio Carrillo, militante do Partido Socialista (PSUV, no poder), morreu baleado também em Mérida durante um confronto entre grupos de estudantes. O caos em Mérida deixou um total de 33 feridos, além de alguns veículos e imóveis incendiados. Dezenas de estudantes venezuelanos foram às ruas na segunda-feira para protestar contra a medida que tirou do ar a rede RCTV e outros canais a cabo, punidos no domingo por não terem transmitido os dois últimos discursos oficiais do presidente Hugo Chávez.

Os estudantes bloquearam os acessos a várias universidades, entre elas a de Monteavila, onde foram dispersados com bombas de gás lacrimogêneo, informou a imprensa local. Duas pessoas teriam ficado feridas. Em Miami, a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) expressou desaprovação com a suspensão do sinal dos canais a cabo na Venezuela, e questionou a intolerância do governo de Hugo Chávez quanto à liberdade de imprensa no país.

O presidente da SIP, Alejandro Aguirre, disse que a entidade continuará “criticando e condenando as ações de um governo que há anos utiliza desculpas para aprovar leis intolerantes e contra a liberdade de imprensa para fechar meios de comunicação e limitar linhas editoriais críticas e independentes”. Os Estados Unidos também manifestaram preocupação nesta segunda-feira com a iniciativa do governo venezuelano.

Segundo o porta-voz do Departamento de Estado, Philip Crowley, a embaixada dos Estados Unidos em Caracas transmitiu a inquietação de Washington às autoridades locais. No sábado a RCTV e outros canais, tiveram seu sinal suspenso por não terem transmitido, na íntegra, o discurso do presidente Hugo Chávez.

A RCTV já havia tido revogada a licença para emitir em sinal aberto em 2007, em meio a grandes protestos. A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), a Federação Internacional de Jornalistas, assim como Repórteres sem Fronteiras e outras ONGs criticaram a saída do ar dos canais na Venezuela.

A Comissão Nacional de Telecomunicações (CONATEL), dirigida pelo ministro Diosdado Cabello, havia solicitado às companhias de serviço de televisão a suspensão do sinal da RCTV e de pelo menos mais cinco canais. A medida, que entrou em vigor à meia-noite de domingo, foi imposta pelo suposto descumprimento das normas que regem a Lei de Responsabilidade Social no Rádio e Televisão, após os canais se negarem a transmitir os discursos do presidente Hugo Chávez, disse a SIP, com sede em Miami.

Em Maio de 2007, a RCTV foi forçada a concluir suas operações em televisão aberta, depois que o governo venezuelano não renovou sua licença.

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