Maurice Jarre, compositor de trilhas sonoras de filmes que se tornaram míticos e fizeram a história do cinema, como Lawrence da Arábia (1962), “Doutor Jivago” (1965), e Passagem para a Índia, (1984) faleceu na madrugada deste domingo, aos 84 anos de idade, em Los Angeles (Estados Unidos), anunciou à AFP seu filho, Jean-Michel Jarre, confirmando a notícia divulgada pelo site Purepeople.
Maurice Jarre nasceu em 13 de setembro de 1924 em Lyon, na França, e compôs mais de 160 partituras cinematográficas para grandes diretores como John Frankenheimer, Alfred Hitchcock, John Huston, Luchino Visconti e Peter Weir.
Famoso pelas trilhas sonoras de grandes sucessos de bilheteria, foi vencedor de três Oscars, quatro Globos de Ouros, dois BAFTA, GRAMMY, ASCAP.Possui uma estrela no passeio da fama em Hollywood Boulevard.
Além de suas composições para cinema e teatro ele também compôs ballets, concertos, óperas e cantatas. Maurice Jarre começou a se interessar pela música na adolescência, contra a vontade da família. Estudou percussão, composição musical e harmonia no Conservatório de Paris.
Jarre tornou-se diretor musical do Théâtre National Populaire da França em 1950 e compôs a música de mais de 70 obras de teatro antes de trabalhar para o cinema, onde estreou em 1952 com “Hôtel des Invalides” de George Franju.
Em 1961, foi indicado pelo produtor Sam Spiegel para trabalhar com David Lean no filme Lawrence of Arabia. Inicialmente a música seria composta por três artistas, mas acabou totalmente nas mãos de Jarre. Depoise, passou a colaborar com mais três filmes de David Lean: Doctor Zhivago, Doutor Jivago, Ryan’s Daughter, A Filha de Ryan e A Passage to India.
Esses filmes também lhe renderam muita popularidade. Gostava de utilizar muita percussão em suas trilhas, chegando a incluir instrumentos étnicos como a cítara em Lawrence of Arabia, e a fujara em A Tin Tambor. Nos anos 80 incluiu arranjos eletrônicos em sua música, e chegou a compor uma trilha totalmente eletrônica para o filme The Year of Living Dangerously (O ano em que vivemos em Perigo).
Entre suas composições se incluem, também,as trilhas sonoras de filmes como “Ghost”, “O Homem Que Queria Ser Rei” e “Clube dos Poetas Mortos”. Maurice Jarre recebeu recentemente o Urso de Ouro honorífico do Festival de Cinema de Berlim, destacando-o como um dos compositores “mais importantes e ao mesmo tempo mais populares” da história da sétima arte.
“Os compositores dos filmes estão freqüentemente à sombra de grandes diretores e estrelas. É diferente com Maurice Jarre. A música de ‘Doutor Jivago’, como grande parte de sua obra, é famosa no mundo todo e permanece na lembrança da história do cinema”, afirmou o diretor do festival, Dieter Kosslick.
O músico também se destacava pela “variedade de seus arranjos musicais” e por seu “proeminente uso da percussão”. “Seu uso de instrumentos étnicos e sua evolução em direção à música eletrônica influíram significativamente no desenvolvimento da música cinematográfica e transformaram Jarre em um pioneiro da composição para trilhas sonoras”, acrescenta o texto de homenagem do Festival de Berlim.