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Monumento em memoria do ataque à Matola concluído até Dezembro

O monumento a ser construído pelas autoridades sul-africanas no município da Matola, sul de Moçambique, em memoria das vitimas do ataque militar perpetuado pelas forças do Apartheid contra militantes do Congresso Nacional Africano (ANC) deverá ser concluído ate Dezembro próximo.

Contudo, segundo o departamento de Artes e Cultura da Africa do Sul, a sua inauguração só terá lugar a 30 de Janeiro de 2011, por ocasião das comemorações do 30º aniversário do Ataque à Matola. O facto foi revelado, sábado, no Município da Matola, durante as comemorações do 29º aniversario do Ataque à Matola, uma cerimonia que contou com a participação de governantes sul-africanos e moçambicanos, dirigentes municipais da Matola (Moçambique) e de Mbombela (Africa do Sul), da região sulafricana de Kwazulu Natal, bem como familiares das vitimas e populares dos dois países. O Monumento, cujas obras vão arrancar em Junho próximo, será edificado na Praça da Juventude, também conhecida como Quatro Cantinas, na zona baixa da cidade da Matola.

No mesmo local, cedido pelo Conselho Municipal da Matola, será também edificado um centro cultural, que se pretende que seja um local de intercâmbio cultural entre a africa do Sul e Moçambique. De acordo com um representante daquele departamento sul-africano, os acordos que culminarão com a construção do Monumento e do Centro Cultural estão numa fase avançada de elaboração, devendo ser rubricados nos próximos meses.

Falando na ocasião, o Alto comissário de Africa do Sul em Maputo, Dikgang Moopeloa, reiterou que as duas infraestruturas serão entregues aos governos dos dois países por alturas das comemorações dos 30 anos do ataque a Matola, cuja cerimonia será dirigida pelos presidentes dos dois países. Moopeloa revelou que, no âmbito destas iniciativas, estão em curso na Africa do Sul acções tendentes a identificar locais e vestígios directa ou indirectamente relacionados com as operações do ANC contra o “Apartheid”.

“Mesmo depois da inauguração do Monumento, continuaremos com estas acções de identificação”, disse o diplomata sul-africano. Moopeloa convidou o governo e o povo moçambicano para ajudar a localizar campas e outros vestígios que testemunham as acções dos combatentes do ANC em Moçambique. Sobre o Centro Cultural, Moopeloa explicou que se espera que o mesmo retrate as culturas dos dois países, daí que deverá fazer menção a história do relacionamento dos dois países e povos, incluindo a historia dos moçambicanos nas minas da africa do Sul. Moopeloa enalteceu os múltiplos sacrifícios consentidos pelos moçambicanos em apoio aos combatentes do ANC e ao povo sul-africano em geral, durante a luta contra o ‘Apartheid’.

“Mesmo nos anos mais difíceis da economia de Moçambique o povo moçambicano não deixou de ajudar os seus irmãos de Africa do Sul. Por isso, agradecemos a vossa dedicação pela causa de liberdade na Africa do Sul”, disse o diplomata. Ele disse esperar que no dia da inauguração do Monumento os dois estadistas venham a revelar mais pormenores sobre a história das agressões do “Apartheid” contra os países vizinhos e das operações do ANC em Moçambique.

A 30 de Janeiro de 1981, o antigo governo do “Apartheid” na Africa do Sul efectuou um ataque militar dentro do território moçambicano, tendo como objectivo eliminar membros do ANC exilados em Moçambique. Os operativos do ANC estavam refugiados na Matola, a partir de onde planeavam e executavam missões contra as forças do “Apartheid”.

Estas actividades e locais chegaram ao conhecimento das autoridades sul-africanas de então através de agentes inimigos que se tinham infiltrado naquela organização. Ameaçado por estas acções dos operativos do ANC, o governo do “Apartheid” decidiu lançar o ataque, que culminou com a morte de 16 cidadãos sulafricanos e um de nacionalidade portuguesa, enquanto um operativo do ANC foi raptado.

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