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Monti forma novo governo na Itália

O ex-comissário europeu Mario Monti formou um novo e tecnocrático governo na Itália nesta quarta-feira, para enfrentar a crise de dívida que ameaça toda a zona do euro. O governo tem a tarefa urgente de combater a crise que levou o custo de financiamento da Itália para níveis insustentáveis, deixando o país à beira de um desastre econômico.

Monti disse esperar que os mercados internacionais sejam acalmados pelo novo governo e que será preciso convencer a população italiana e o Parlamento sobre medidas de rigor fiscal que devem ser dolorosas. O primeiro-ministro, um respeitado professor de economia, disse que assumirá também a pasta de Economia no novo governo. Corrado Passera, diretor-executivo do Intesa Sanpaolo, maior banco de varejo italiano, foi nomeado para o Ministério de Infraestrutura e Indústria. Após disputas entre partidos, que complicaram a tarefa de Monti, o governo formado não contém políticos.

Alguns analistas disseram que a falta de políticos na administração pode torná-la vulnerável a emboscadas no Parlamento durante a tentativa de aprovar medidas duras de austeridade. Mas Monti disse que a ausência de políticos irá fortalecer, e não enfraquecer o governo, permitindo que ele evite disputas partidárias e siga adiante com as reformas necessárias. “A ausência de personalidades políticas no governo irá ajudar, e não impedir uma sólida base de apoio para o governo no Parlamento e nos partidos políticos, porque removerá um motivo de discórdia.”

Monti disse que apresentará o seu programa de austeridade para ser levado ao Senado na quinta-feira. Em seguida deve ser apresentado um voto de confiança em ambas as casas do Parlamento. As reformas foram exigidas pelos líderes europeus para conter a crise da zona do euro. O novo governo foi montado em menos de três dias, em um esforço anticrise coordenado pelo presidente Giorgio Napolitano depois que a confiança dos mercados na Itália entrou em colapso.

AMPLO APOIO

O governo deve ter maioria em ambas as casas do Parlamento, com base no amplo apoio prometido pelos partidos, com exceção da Liga do Norte, que era parceira na coligação de Silvio Berlusconi. O processo político na Itália está a ser observado de perto pelos mercados, que ainda estão nervosos sobre a capacidade do país de sair da crise, apesar da renúncia de Berlusconi — cujo fracasso em aprovar reformas cruciais precipitou a perda da confiança.

Destacando o quanto está em jogo, os juros pagos nos bônus italianos de 10 anos superaram 7 por cento novamente nesta quarta-feira, nível em que Grécia e Irlanda foram obrigadas a pedir ajuda financeira externa. Monti disse que seu governo deve ficar no poder até as próximas eleições, em 2013, apesar da ampla expectativa de que os políticos deem um tempo apenas suficiente para o gabinete implementar reformas antes de marcar uma votação antecipada.

Veja a lista de ministros do novo governo:

Primeiro-ministro e ministro de Economia – Mario Monti

Ministério de Interior – Anna Maria Cancellieri

Ministério de Justiça – Paola Severino

Ministério de Defesa – Giampaolo Di Paola

Ministro de Indústria, Infraestrutura e Transporte – Corrado Passera

Ministério de Agricultura – Mario Catania

Ministério de Meio Ambiente – Corrado Clini

Ministro de Trabalho, Política Social e Oportunidade Igual – Elsa Fornero

Ministério de Saúde – Renato Balduzzi

Ministério de Educação e Pesquisa – Francesco Profumo

Ministério de Cultura – Lorenzo Ornaghi

Ministério de Assuntos Europeus – Enzo Moavero Milanesi

Ministério de Turismo e Esporte – Piero Gnudi

Ministério de Relações Regionais – Fabrizio Barca

Ministério de Relações com o Parlamento – Piero Giarda

Ministério de Cooperação Internacional – Andrea Riccardi

Subsecretário de gabinete – Antonio Catricala

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