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MOÇAMBOLA: Pontapé de saída já este sábado

Quando se fala do início do Moçambola, cíclico anúncio epocal, a expectativa geral vai no sentido de saber se há algo de novo ou não. Não raras vezes se proclamam algumas alteracões que se pretendem de vulto, mas ao fim de um

ano de actividade só se tem um campeão, respectivo vice e o detentor da Taça de Moçambique. Mas aquele balanço que nos permite dizer que o desporto-rei evoluiu, a cada ano que passa, não está a ser possível. Um olhar atento e à vista da conjuntura económica e da dinâmica que move tudo o resto, é-se forçdo a concluir que o futebol precisa de investimento. Investimento de raiz, como se impõe no que se pretende rentável.

Vejamos o que a história nos diz. Pouco tempo depois da Idependêcia nacional, e por questõs prórias do sistema, as agremiações desportivas foram enquadradas por sectores de actividade, que passaram a tutelá-las. Quaisquer que tenham sido os critérios de atribuição de cada clube a uma empresa, grupo de empresas ou Ministério, o certo é que este processo foi determinante para a categorização dos clubes, entre grandes e pequenos. Não foi este exactamente o factor que os pôs neste tipo de patamar, mas que serviu para manter quem lá estava e consagrar quem não estava.

Os clubes como Desportivo, Maxaquene, Costa do Sol e Ferroviário, já titulares de uma tradição de clubes presentes, disputando a titularidade de campeões, ficaram sob tutela de empresas do Estado de bons alforges. Estamos a falar do Ministério de Construção e Águas e empresas do sector, Linhas Aéreas de Moçambique, Electricidade de Moçambique e Caminhos- de- Ferro de Moçambique, respectivamenete. Por esta inerência, os clubes aqui citados tinham condições de trabalho e detinham os melhores jogadores deste país, os seleccionáveis.

No escalão daqueles clubes cuja consagração não viria da tradição, mas resultante da tutela, tivemos o Estrela Vermelha, com disseminação nacional, e o Madjeche, também com rede nacional. O primeiro sob a responsabilidade dos Ministérios da Segurança e do Interior e o segundo nas mãos do Ministério da Defesa Nacional. Estes dois organismos do Aparelho do Estado tinham maior capacidade para investir que todos os outros e se o dinheiro não alcançava, a mão do poder resolvia as coisas. E os melhores jogadores iam dar lá. Aqui a tutela fez os clubes.

Na província de Inhambane, Fernando Gomes, do pão e das padarias e armazéns, fez o Nova Aliança da Maxixe aparecer crescido e ombrear com todos os grandes na luta do campeonato nacional de futebol. Ninguém passava na Maxixe e muitos temiam jogar com este Nova Aliança, mesmo nos seus terrenos. O clube acabou indo com o vento e a história e, nessa mesma Maxixe talentosa, há uma Liga Muçulmana a crescer e uma organizacao juvenil também a dar mostras de que se poderá falar de desporto naqueles sítios.

Num pasado não muito distante, Inhassoro trouxe ao futebol um clube tao maravilhoso quão engenhoso: o One Pone. Morreu precocemente num acidente que dizimou uma equipa que estava a fazer sensação. Foi pena, e nem a solidariedade dos grandes deu para ressuscitar aquele sonho de glória de um distrito que só parecia ter praias e peixe.

 

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