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Moçambola: Maxaquene audacioso e a zona da despromoção com novos inquilinos

Reza a tradição que os vencedores da primeira volta ou simplesmente os campeões de Inverno do Moçambola não resistem na segunda e ficam-se pelo caminho. O primeiro indicador desse costume pode ter sido dado em Nampula, onde o líder Ferroviário de Maputo perdeu, admitindo a aproximação do Maxaquene, segundo classificado, agora a um ponto.

Contudo, é a zona da despromoção que parece estar mais renhida, onde de forma surpreendente a Liga Muçulmana e o Desportivo de Maputo se juntaram ao Ferroviário de Pemba na luta pela manutenção.

A 14ª jornada do Moçambola, que marca o início da segunda e derradeira volta, serviu uma vez mais para comprovar a irregularidade com que decorre esta competição, o que gera ondulações na tabela classificativa.

Os resultados desta semana não fugiram à regra e foram bastante surpreendentes pelo que nos levam a considerar que se ontem alguns gigantes eram os favoritos, hoje podem lutar simplesmente pela manutenção; se até ontem os colossos chegavam à casa dos módicos para somar pontos, hoje podem perder e é o que se tem verificado.

O Ferroviário de Maputo que desde a terceira jornada da competição lidera isolado a competição, nesta jornada pouco ou nada fez para merecer tal posição ao perder por 2 a 0 diante da locomotiva de Nampula. Aliás, o Ferroviário de Maputo que se apresentou no domingo no campo 25 de Junho não só mereceu aquele resultado como também podia ter sofrido mais golos, o que não deixaria de ser justo.

É que a equipa de Nacir Armando entrou tão mal a ponto de sofrer o primeiro golo no nono minuto da partida, por intermédio de Belito.

Com o tento, quanto a nós madrugador, a turma locomotiva da capital não se encontrou e foi cometendo erros atrás de erros que revelaram alguma falta de coordenação e de vontade por parte de alguns jogadores, com destaque para os da zona intermediária, o lado débil da equipa.

O técnico Nacir Armando por sua vez, também não se deu ao luxo de ainda no decurso da primeira parte descobrir o que de errado se estava a passar com a sua equipa.

O Ferroviário de Nampula agradeceu e soube aproveitar a forma débil como se apresentou o líder e foi procurando espaços para dilatar a marcador, o que aconteceu por intermédio de Emanuel à passagem do minuto 48, ou seja, três minutos depois do intervalo.

A equipa locomotiva ainda tentou correr atrás do prejuízo mas já era tarde demais visto que os donos da casa comandavam por completo o jogo permitindo ao adversário jogar apenas ao contra-ataque.

Maxaquene invicto na perseguição ao líder

No sábado, o Maxaquene recebeu em casa o lanterna vermelha da competição, o Ferroviário de Pemba, que na semana passada foi protagonista da sexta chicotada psicológica nesta época ao despedir do seu comando técnico Zainadine Mulungo.

Este detalhe bem como o facto de vir de uma derrota pesada diante do Têxtil de Púnguè, por 4 a 0, aparentemente debilitou a locomotiva representante de Cabo Delgado. Tão cedo estava claro que os três pontos eram do Maxaquene e aos jogadores competia garanti- los com golos.

À passagem do terceiro minuto, Jair violou as redes de Castro e a partida prosseguiu como um treino para o Maxaquene. Aliás, o golo fácil de Betinho, ao minuto 25, deixou claro que o Ferroviário de Pemba não passa de um mero distribuidor de pontos deste Moçambola.

Na segunda parte a locomotiva do norte do país demonstrou atitude ofensiva e chegou até a ameaçar a equipa tricolor, que nesta etapa complementar foi perdulária.

David, o rei salvador de Miranda

Era uma vez, numa terra chamada Matxiki-txiki onde existia um dirigente visto como hostil pelo povo e que comandava um colectivo constituído por 11 indivíduos. Tudo corria- lhe mal e numa das recentes aparições públicas, onde não conseguiu em 90 minutos devolver a felicidade ao seu povo, teve que sair às correrias e sob uma protecção policial desmedida, numa daquelas imagens que nos lembram a Síria.

Certo dia, por obrigações que o incumbem, o governante viu- -se obrigado a retornar ao mesmo local para dirigir mais uma sessão do seu colectivo.

A sua obrigação era devolver a felicidade ao seu povo e nada mais do que isso. Volvidos cerca de 60 minutos sem solução e com os nervos de todos à flor da pele com o receio do que podia suceder no fim, eis que no 11 é feita uma mexida para dar entrada a um indivíduo totalmente desconhecido e, em última análise, marginalizado, com o propósito de o ver trazer soluções, depois de terem sido esgotadas todas as formas possíveis e imaginárias.

A sessão atingiu os últimos dez minutos e a solução para felicidade do povo não aparecia. Pedras, garrafas e mais objectos já estavam a ser preparados para mais uma situação de muita violência.

Todavia, o indivíduo que há pouco havia entrado para dar soluções identificou-se como David, o rei dos reis, para marcar o golo que devolveu a satisfação ao povo que, no fim da partida, com pompa e circunstância, exaltou o dirigente outrora hostil como um autêntico herói.

O Costa de Sol punha fim a uma série de quatro jornadas sem vencer.

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