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Moçambola – Equipas

Moçambola - Equipas

FERROVIÁRIO MAPUTO

Em equipa que ganha

pouco se mexe!

 

Mussá Osman começou a época passada à Bondarenko, privilegiando uma defesa sólida, a retracção de toda a turma, para propiciar saídas em contra-ataque que permitissem “cavalgadas” pelas alas. Porém, no terço final da prova, “metamorfoseou-se” e passou a privilegiar o controlo da posse de bola, para gáudio de jogadores como Danito Parruque, Mahomed Hagy e Maurício.

 

Mas a época passada já se foi. Paulo Camargo, um técnico brasileiro com o 4.º nível FIFA, que fez uma passagem com bons indicadores pela Liga Muçulmana, é o novo timoneiro. Ao que tudo indica, ele vai fazer pequenas mexidas. Não nos atletas, mas no posicionamento dos jogadores, num 4x4x2 que não privilegia as alas, actuando com os médios mais “interiores”.

MAIS LONGE, MAIS ALTO MAIS FORTE?

Citius, Altius, Fortius… até que ponto esta máxima olímpica se irá aplicar ao Ferroviário?

O sonho de ir mais longe desvaneceu-se, com o afastamento frente ao Kampala City da Liga dos Campeões, mas internamente a batalha apresenta-se bem mais espinhosa que a da época passada. Chegar ao bi significa voar mais alto. E os reforços para a nova temporada dão alguma garantia nesse sentido, em especial os dois novos pontas-de-lança – Henning Come e Mendes Falange – que irão responder melhor no jogo aéreo.

A saída do guarda-redes Lama terá sido a de maior vulto, uma vez que Cantoná já de algum tempo a esta parte não fazia parte dos planos do clube. As restantes “deserções” aconteceram com atletas pouco utilizados.

Os reforços? Henning Come, um moçambicano vindo da Suécia, ponta-de-lança; Mendes Falange, também centro-avançado, de remate fácil, oriundo do Ferroviário da Beira; Dário, lateral direito, raçudo, vindo das escolas do clube; Marcelino Levene, defesa central oriundo de Tete, mas formado no Ferroviário de Nampula; Jean N’Doum (Félix), esquerdino, boa compleição física, camaronês, jogador da Selecção do seu país de sub-17; Nené, médio vindo do Textáfrica; Joca, das escolas do Estrela Vermelha, meio-campista com boa margem de progressão; Mohamed, tanzaniano, vindo dos “locomotivas” de Nampula, candidato a titular entre os postes e Nelson Pinto que regressa à casa vindo do Atlético para disputar uma vaga na defesa das balizas do Ferroviário.

ATLÉTICO MUÇULMANO

Com a saída de muitos jogadores da espinha dorsal da equipa, uma das prioridades de Arnaldo Salvado é, pois, criar outra estrada táctica. Nessa versatilidade táctica mora a capacidade de o treinador disfarçar as ausências dos jogadores que constituíram o onze-base da época passada e, assim, no decorrer do jogo, dar nova dinâmica aos movimentos, alterando as referências de marcação iniciais dadas pelo 4x4x2. Num tempo em que a dimensão estratégica do jogo aumenta, a possibilidade de os ganhar cresce na directa proporção da capacidade de as equipas mexerem neles tacticamente. E o Atlético foi das equipas que melhor interpretou o aspecto táctico do jogo. Será que Arnaldo Salvado tem jogadores, esta época, para fazer frente aos grandes?

 

 

 

 

FERROVIÁRIO

DA BEIRA

Hoje, apesar do esfumar do regionalismo no futebol, o peso histórico continua a moldar o estilo das diferentes províncias. A Beira sempre foi rebelde, e, foi com essa rebeldia que o técnico Akil Marcelino abalou o mundo do futebol moçambicano e, de repente, pairou no ar a sensação de os deuses do futebol fizeram nascer, na Beira, um novo Mourinho em Moçambique, para desiquilibrar o nosso futebol provinciano como diz Semedo. Contudo, o problema deste Ferroviário não está no técnico que é um dos mais promissores do nosso futebol. O problema está no velho adágio popular que diz que não se podem fazer omoletes sem ovos. Dito doutro modo, o Ferroviário não tem recursos humanos suficientes para ombrear com os grandes.

 

 

Futebol Clube

de Lichinga

O que será do Futebol Clube de Lichinga sem o seu timoneiro. Poderá a equipa melhorar com saíde de Sérgio Faife e a sua armada? “Sim pode porque a saída destes jogadores e do treinador abriu espaço para outros jogadores que vão mostrar o seu valor esta época” responde Chuja Ajass Iady, Director executivo do clube.

Quando anunciou a saída para o Ferroviário de Nampula, perguntou-se o que seria do Lichinga sem Faife. Durante anos a sua acutilância e o desempenho táctico colocaram-se à equipa como uma imagem de marca que intimidava os colossos do nosso futebol. Pois bem, arranca a época e, neste momento, nenhuma equipa tem tanto a provar com o Lichinga. Um novo cenário que, para além da motivação de ter que provar como era falsa a dependência do clube ao treinador, pode abrir os horizontes para novas estrelas e, por tabela, para o treinador que vai se estreiar no Moçambola, Auunti Cristopher Mkwando, técnico camarônes.

 

LIGA

MUÇULMANA

Certamente o clube que mais se esmerou para o Moçambola. Aliás, esta tem sido a política da direcção: um permanete exercício de auto-superação. Só para entender este raciocínio, em 2007, os Muçulmanos trabalharam com Miguel dos Santos e alcançaram um patamar proporcional a sua experiência no Moçambola: uma classificação modesta. Não se contentando com pouco, contrataram o brasileiro Paulo Camargo, para fazer melhor em relação a temporada em apreço. Fê-lo, qualificando-se no quarto posto, mas tendo sonhado com o título até bem perto das últimas jornadas.

Para este ano, mais uma vez descontentes com à época passada, foram buscar o Prof. Neca para gerir um plantel superiormente reforçado por jogadores locais e estrangeiros, com o zimbabweano Sedomba a apresentar-se como figura de cartaz.

COSTA SOL

Dois baixinhos tecnicistas e velozes parece o ideal para desequilibrar qualquer defesa. Também deve pensar assim João Chissano para atacar o título nesta época. Conseguir tirar melhor partido da magia de dois artistas dentro dos princípios tácticos da sua equipa. Os nomes: Josimar e Ruben.

Em 4x4x2, ocupando a zona central com Alvarito e Payó?; (este último ainda não conseguiu atingir o futebol que o catapultou no Ferroviário de Nampula). Por definição, médios como Alvarito e Payó deviam, por si só, garantir uma boa circulação de bola. Mas não. Existe a intenção de jogar apoiado, mas com jogadores com Josimar e Ruben demasiado estendidos em campo, a maioria dos passes são em diagonais longas. Noutras situações, com laterais avessos a subidas, os passes são, então, demasiado curtos. Falta, portanto, a dinâmica certa entre os processos ofensivos e as compensações defensivas. Um enigma que João Chissano ainda não descobriu como resolver.

CHINGALE DE TETE

No âmbito da parceria da parceria que caracteriza o relacionamento entre o Costa do Sol e o Chingale, Rui Évora foi indicado para assumir o comando técnico da equipa, no ano passado, em substituição de Tiago Machaísse que, em 2006, havia cometido a façanha de expulsar 10 jogadores do seu plantel, entre eles alguns titulares indiscutíveis, alegadamente por razões disciplinares. Os primeiros dias para o ex-internacional moçambicano não foram felizes. O pior dava-se quando os jogos tinham lugar no campo Desportivo de Tete, pois os adeptos tetenses, sedentos de glória, não deixaram espaço para um trabalho a longo-prazo. Com um ponto aqui e outro acolá, foi o Chingale ganhando vantagem sobre os seus adversários foi o Chingale ganhando vantagem sobre os seus adversários, alguns grandes inclusos.

Para a época que se avizinha, certamente que os canarinhos de Tete continuarão a lutar por uma manutenção tranquila, sem deixar de lado de espreitar um eventual deslize por parte dos chamados grandes. José Maria foi reconduzido ao comando técnico e foi buscar ao Ferroviário da Beira foi buscar o guarda-redes Wilson e outros reforços a medida da capacidade financeira do clube.

DESPORTIVO

 

No Desportivo, o problema ultrapassa em muito o treinador. É uma questão estrutural. O grande problema está nas bases, na anarquia táctica em que os jogadores crescem. No Desportivo, Artur Semedo, um dos melhores técnicos de Moçambique, precisa de recriar a escola na idade adulta. Estes problemas de base impedem Artur Semedo de conseguir ter uma filosofia de jogo capaz de permitir aos seus jogadores exprimirem a sua categoria num cenário táctico-técnico adequado. É o que vai suceder nesta época, frente a um tacticamente primitivo futebol moçambicano.

FERROVIÁRIO DE NAMPULA

  O Ferroviário de Nampula sempre foi uma equipa diferente. Tanto a jogar em casa com a jogar fora. Principalmente fora, pela personalidade com que defende e contra-ataca. No seu reduto, pela arrogância com que joga perante adversários teoricamente mais fortes. Com novo treinador e sem a espinha dorsal da época passada, o futuro está, claro, na reconstrução da personalidade da equipa. Contudo, o presente ainda cruza, no entanto, os dois cenários. E confunde-os. Até turvar a visão de qual terreno vive hoje exactamente o clube comandado por Sérgio Faife.

O novo timoneiro tratou de levar consigo os jogadores com que trabalhou no Futebol Clube de Lichinga para reproduzir em Nampula o inferno da capital mais fria do país. Será que a diferença climatérica, entre Nampula e Niassa, não terá influência no joga da equipa?

MAXAQUENE

No arranque para este novo ciclo, Litos falou em criar uma equipa para ganhar o campeonato. Apesar da boa campanha na Taça de Honra, o Maxaquene foi sempre uma equipa tacticamente previsível. Solidificado num sistema (4x2x3x1) que foi ao mesmo tempo a sua força (pela perfeita interpretação dos seus princípios) e a sua fraqueza (pela incapacidade de jogar noutras variantes tácticas), o onze dos tricolores apostou nas trocas posicionais para incutir variantes a um esquema que, por vezes, sobretudo face a adversário mais fechados, se tornou pouco imaginativo. Vêm aí o Moçambola, ficaremos atentos a este Maxaquene.

TEXTÁFRICA

 

 

Uma equipa que, hoje, vive mais do passado que do seu presente. Outrora, uma equipa que repleta de grandes jogadores, capaz de se bater de igual para igual com qualquer adversário no país. Hoje, mais uma equipa banal. No horizonte, vislumbra-se o desejo de mudar o curso dos acontecimentos, mas vai ser necessário empregar muito mais do que vontade para voltar a transformar o Textáfrica no monstro que já foi. Na época passada passou a despromoção por um fio. No presente, se a lição do passado não servir poderá regressar a segunda divisão.

HCB SONGO

Tete. Uma província agreste. Altiva, elegante e sempre vestida como para uma noite de gala. Pensamos na em Tete e logo na nossa mente desfilam imagens de suas maravilhas: gado caprino, o Zambeze, Cahora Bassa. Para os mais românticos amantes da bola, seria toda esta volúpia da natureza a inspirar Mussa Osman, um dos melhores técnicos moçambicanos da actualidade, a aceitar o desafio de levar o novo primodivisionário a fazer uma campanha digna no Moçambola. Pelo que se conhece de Mussa é certo, pese embora a juventude da equipa, o HCB, até pela sua robustez financeira, há-de ser uma equipa a ter em conta no xadrez táctico deste campeonato. Não vai lutar, certamente, para os lugares cimeiros da tabela, pois os chamaos grandes estão mais atentos depois do brilharete do Atlético.

FERROVIÁRIO DE NACALA

 Mais uma equipa que vai lutar pela manutenção, da primeira a última jornada. Com poucos jogadores experientes e uma média de idade de 25 anos está é curiosamente uma das equipas mais jovens do Moçambola. Com muitos jovens no sector intermédio e na defesa poderá perder o que o vigor físico lhe confere pela falta de matreirice. No entanto, é uma equipa com uma margem de crescimento bastante grande e, se isso, pode se reflectir ao longo dos jogos.

MATCHEDJE

Submerso numa atmosfera de dúvidas e desconfiança, o Matchedje é hoje uma equipa à procura do modelo de jogo que melhor enquadre o seu estilo. Com pouca criatividade, é, estruturalmente, uma equipa, digamos, algo pesada, sobretudo no meio-campo, que tem dificuldades em acelerar o jogo na construção ofensiva. Chegado ao seu comando após um modesto sexto lugar no Ferroviário de Nampula, Nacir Armando vai viver momentos difíceis nesta sua aventura nos militares. Faltam, no actual futebol do Matchedje, jogadores que façam verdadeiramente a diferença. Sem essas referências individuais de qualidade, procura, sobretudo, que o onze se mantenha coeso em campo. Todos recuam para trabalhar na recuperação da bola e todos avançam, subindo as linhas, após o seu resgate e início do processo ofensivo. Uma filosofia de jogo na qual assentam, tacticamente, os dois sistemas de referência da equipa que varia entre o 4x2x3x1, sem bola, e o 4x4x2, com bola. As primeiras jornadas vão revelar até onde poderá chegar este Matchedje.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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