Moçambique irá acolher em 2014, pela primeira vez na sua história, o Fórum Empresarial de Africa, evento bianual inspirado no modelo da Conferência Anual do Fórum Economico Mundial de Davos, na Suíça, e no Fórum Empresarial de Comandatuba na Bahia, no Brasil.
O facto foi anunciado por Mário Machungo, Presidente do Comité de Gestão do “LIDE Moçambique”, uma organização de empresários destinada a fortalecer o pensamento e relacionamento entre os vários líderes empresariais nacionais, e que foi lançada formalmente, Quarta-feira (8) última, na cidade de Maputo.
“Este fórum servirá de elo de ligação entre as empresas Moçambicanas e as suas congéneres africanas, gerando assim novas oportunidades de negócio, contribuindo dessa forma para o desenvolvimento económico de Moçambique”, disse Machungo, que também assume as funções de Presidente do Conselho de Administração do Millennium Bim, o maior banco comercial em Moçambique.
Falando sobre a importância do LIDE Moçambique, Machungo explicou que esta organização irá funcionar como uma plataforma estratégica para as empresas participantes, desempenhando um papel decisivo no desenvolvimento de contactos com outros países e mercados do mundo inteiro, e ajudando a posicionar a imagem do país, empresas e empresários moçambicanos ao mais alto nível a escala global.
Isso irá “contribuir para a criação de um país economicamente competitivo, socialmente justo e democraticamente forte”, disse Machungo.
Segundo Machungo, a crescente importância estratégica de Moçambique no contexto global, aliado a necessidade de se continuar com o crescimento sustentado, fortalecimento das relações económicas, financeiras e empresariais, culturais e institucionais, levaram o LIDE Internacional a eleger o país como prioridade da sua política de internacionalização.
O estabelecimento do LIDE Moçambique também vai ajudar a estreitar o relacionamento entre Moçambique e os restantes países que integram esta organização. Em Moçambique, o LIDE congrega líderes de empresas nacionais e estrangeiras, bem como personalidades do mundo empresarial, político, cultural e desportivo.
Acredita-se que o LIDE Moçambique vai ajudar a fortalecer o respeito e a aplicabilidade dos princípios da governação corporativa e de programas de sustentabilidade social e ambiental e servir de uma ferramenta para o aperfeiçoamento do tecido empresarial moçambicano e debater assuntos relevantes para Moçambique e o continente Africano, no geral.
Falando durante o evento, o presidente do LIDE Internacional, Luiz Furlan, explicou que esta organização “promove a troca de experiências e muitas vezes faz com que as pessoas descubram caminhos que possam fazer progredir os mais variados sectores de actividade” nos seus respectivos países.
Furlan aproveitou a oportunidade para vincar que, à semelhança de outros países, o LIDE Moçambique goza de uma autonomia própria para definir as suas estratégias, políticas e prioridades.
“Os braços regionais e internacionais do LIDE têm a autonomia para eleger as suas prioridades. Se alguém aqui está pensando que vem um brasileiro para dizer como é que devemos fazer em Moçambique está equivocado”, disse Furlan, que também já exerceu as funções de ministro do Comércio Exterior do Brasil, durante o mandato do antigo estadista Lula da Silva.
Furlan não escondeu a sua satisfação com o potencial da economia moçambicana. “Moçambique é um celeiro do agronegócio … Moçambique já é auto-suficiente em milho. Por isso, vamos transformar esse potencial de matéria-prima em produto de maior valor agregado”, exortou, para de seguida citar como exemplo alguns casos no Brasil onde já é possível transformar produtos agrícolas com um valor agregado 10 vezes superior comparativamente às matérias-primas.
O LIDE Moçambique será composto por um Comité de Gestão, um órgão que tem a missão de assegurar a definição das linhas estratégicas.
O mesmo será composto por 10 sub-comités temáticos, nomeadamente educação, cultura, desporto, mulher, turismo, agricultura, sustentabilidade, saúde, economia, juventude e solidariedade. Num futuro próximo, o LIDE Moçambique propõe-se a realizar conferências, encontros, debates, entre outros eventos.
O LIDE foi criado no Brasil há oito anos, tendo iniciado a sua internacionalização em 2010. Actualmente, o LIDE está presente em quatros continentes, nomeadamente América, África, Europa e Ásia, incluindo em países tais como a China e os Estados Unidos.
Moçambique é o segundo país africano, depois de Angola, a receber o grupo de líderes empresariais. O evento contou com a presença de vários membros do governo, incluindo os ministros do Turismo, Fernando Sumbana, da Indústria e Comércio, Armando Inroga, empresários das maiores empresas em Moçambique, entre outros convidados.