Anualmente, a procura de energia eléctrica para as actividades económicas, realização de programas de desenvolvimento público e para o consumo por parte da população aumenta 15 porcento em Moçambique, o que equivale a 100 megawatts. Ou seja, a capacidade de geração deve aumentar em pelo menos 100 megawatts.
Salvador Namburete, ministro da Energia, disse, esta quinta-feira (08), em Maputo, que é urgente aumentar a capacidade de geração de energia eléctrica para assegurar que a população não fique desprovida dela. O aumento na procura deste recurso, de acordo com o governante, retarda os projectos de expansão.
O acesso à electricidade é de 40 por cento e, em 2004, apenas sete em cada 100 moçambicanos tinham energia em casa. Este aumento colocou Moçambique em primeiro lugar na África Austral, em termos de novas ligações domiciliárias, e em terceira posição em termos de taxa de acesso.
Entre 2004 e 2014, foram electrificados 70 distritos, o que elevou para 121 distritos com energia, dos 128 existentes. Este número corresponde a 95 por cento de electrificação, sendo que os restantes distritos serão electrificados até ao fim deste ano.
Para colmatar o défice de energia estão em curso projectos com vista a aumentar a sua disponibilidade. Trata-se dos projectos da construção e ampliação da capacidade das centrais hidroeléctricas de Cahora Bassa Norte em 1.245 megawatts, Mphanda Nkuwa com 2.400 megawatts (fase I de 1500MW e fase II 900MW), Boroma 200 megawatts, Lupata 600 megawatts e Lúrio 120 megawatts.
Namburete disse que o país possui um grande potencial energético diversificado: hidroeléctrico, carvão, gás natural e fontes renováveis, dos quais 18.000 megawatts são fontes hídricas, 2.430 megawatts renováveis, 23 biliões toneladas de carvão e 170 de trilhões cúbicos de gás natural em Pande, em Temane e na Bacia do Rovuma. Trata-se de um volumes que, segundo Namburete, poderá aumentar em 55 porcento até 2030 mercê de recursos renováveis, dos quais 25 porcento do carvão e igual percentagem do gás natural.