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Moçambique pretende comprar património da FRELIMO na Tanzânia

O Estado moçambicano está a tomar diligências com vista a adquirir tudo o que for possível do património da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) na Tanzânia, país que serviu de retaguarda dos guerrilheiros que lutaram pela independência do país do domínio colonial de Portugal entre 1964/74.

Este passo é o corolário de uma velha vontade das nas com vista a evitar o desaparecimento dos sinais históricos que marcaram a luta guiada pela FRELIMO para a libertação de Moçambique.

Falando em exclusivo ao Correio da manhã, o ministro da Cultura de Moçambique, Armando Artur, não especificou a totalidade dos locais visados, mas destacou os antigos escritórios centrais da FRELIMO e as residências onde habitaram os principais dirigentes do antigo movimento guerrilheiro moçambicano na Tanzânia.

Num pequeno compartimento dos antigos escritórios da FRELIMO, situados bem no centro de Dar-Es-Salaam, capital da Tanzânia, ainda se encontram arquivados valiosos documentos relacionados com a história da guerra de libertação de Moçambique, estando outros compartimentos da antiga sede a servir fins de particulares e de um grupo de cooperativistas.

A antiga sede da FRELIMO na Tanzânia está no r/c de um prédio de quatro pisos situado no Nkrumah Street, Plot Nº 2242, funcionando, hoje, também, a Associação de Amizade Moçambique/Tanzânia (TAMOFA).

Em razoável conservação estão as antigas residências do primeiro presidente da FRELIMO, Eduardo Chivambo Mondlane, de Samora Moisés Machel (segundo presidente), de Joaquim Chissano e de Marcelino dos Santos.

Igualmente em conservação está a chamada “casa dos solteiros” em Dar-Salaam, local onde ficavam alguns guerrilheiros que por alguma razão tinham de se deslocar à capital tanzaniana durante a luta pela independência de Moçambique.

Algumas das infra-Esturas, principalmente as erguidas na zona de Msasani, são hoje ocupadas/usadas por funcionários da Embaixada de Moçambique na Tanzânia.

O centro de treinos de guerrilheiros da FRELIMO, em Nachingweia, e as campas de alguns dos comandantes da guerrilha são outros espólios dos libertadores moçambicanos na Tanzânia que deverão ser reclamados por Maputo num esforço que ganhará forma no decurso deste ano, de acordo com Armando Artur.

No principal cemitério de Dar-es-Salaam, no bairro de Kinondoni, para além das campas de dirigentes da FRELIMO, também é possível vislumbrar sepulturas de combatentes de outros movimentos independentistas africanos, incluindo de militantes do ANC e PAC da África do Sul e SWAPO (Namíbia).

O processo negocial e o levantamento de todo o património histórico a ser adquirido pelo Estado moçambicano está a ser dirigido pela Embaixada de Moçambique na Tanzânia, na pessoa do embaixador Zacarias Kupela.

Um dos propósitos das autoridades moçambicanas é de tornar alguns dos locais históricos da FRELIMO na Tanzânia em roteiros político, turístico e académico, por forma a perpetuar a história da epopeia libertadora de Moçambique.

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