Para continuarmos  a fazer jornalismo independente dos políticos e da vontade dos anunciantes o @Verdade passou a ter um preço.

Moçambique poderá registar redução das exportações e queda do fluxo de capitais até finais de 2012

Até finais deste ano, 2012, Moçambique poderá enfrentar a queda das suas exportações e inversão do fluxo de capitais devido à crise financeira e económica mundiais e a que se vive no sector financeiro europeu, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI).

A mesma instituição financeira vaticina, por outro lado, que aqueles dois cenários poderão ser amortecidos pelos resultados positivos a advirem da remoção parcial dos “nós de estrangulamento na florescente indústria exportadora de carvão” porque deverão permitir um melhor desempenho deste sector, mitigando, assim, o impacto do choque mundial.

Avança o FMI apontando que para ajudar a amortecer o impacto da desaceleração temporária a se registar entre 2012 e 2013, o corpo técnico do Fundo Monetário Internacional e o Governo moçambicano chegaram a um entendimento sobre a combinação de políticas contracíclicas para o curto prazo que passa pela permissão pelo Executivo do funcionamento de “estabilizadores automáticos” para apoiar a procura interna.

Por seu turno, o Banco de Moçambique (BM) manterá, a nível da política monetária, a orientação acomodatícia iniciada em finais de 2011, procurando o equilíbrio entre a necessidade de conceder crédito adicional ao sector privado e a salvaguarda dos ganhos obtidos com a desinflação ocorrida no mesmo período.

Esta combinação de políticas macroeconómicas será complementada pela intensificação de medidas de supervisão do sector financeiro para se evitar um potencial “contágio transfronteiriço”, segundo ainda o FMI que projecta como resultado disso um crescimento económico a desacelerar, em 2012, para um nível ainda robusto de 6,75%, mantendo-se a inflação em níveis confortáveis de um dígito.

Por outro lado, o FMI prevê que o défice da conta corrente e a cobertura em termos de reservas internacionais líquidas se mantenham semelhantes ao observado em 2011, uma vez que se espera que a ligeira redução das exportações seja compensada por uma redução das importações dos investimentos directos estrangeiros.

Sublinha o documento daquela instituição financeira internacional que a deterioração das perspectivas económicas mundiais a ocorrer em 2012 e 2013 constitui um risco para o desempenho económico de Moçambique, pois o crescimento económico do país, entre 2008 e 2009, esteve abaixo da tendência passada, em grande medida, devido a um declínio no investimento directo estrangeiro e à forte queda nos mercados mundiais de produtos de base.

Todavia, a orientação política contracíclica, o aumento do apoio por parte dos doadores externos e o sistema bancário nacional que compensou a redução do financiamento externo ajudaram a sustentar a actividade económica no momento mais crítico da crise financeira e económica mundiais, refere a análise do FMI sobre as repercussões das crises mundial e da dívida soberana da Zona Euro na economia moçambicana.

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Related Posts