Assinala-se, este sábado (01), o Dia Mundial de Combate ao SIDA. É uma data em que o mundo pára para reflectir em torno dos estragos causados por esta pandemia. Pensa naqueles já pereceram vítimas dela. Pensa nos que estão doentes, sobretudo os que não têm acesso ao tratamento, ou que mesmo tendo ainda são vítimas de estigma e rejeição.
Em todo o mundo há 34 milhões de pessoas com contaminadas pelo vírus do SIDA. Em Moçambique, segundo o presidente da Rede Moçambicana de Organizações Não Governamentais contra a SIDA (MONASO), Américo Ubisse, havia, em 1986, apenas um caso desta pandemia.
Em 1992 já existiam 662 infectados, contra 10.963 no ano de 1998. Contra todas as medidas que eram tomadas nessa altura, o contágio atingiu níveis assustadores até que em 2001 o país já tinha 1,1 milhão doentes.
Em 2008, o número disparou para 1,6 milhão. Em 2012, 1,5 milhão de compatriotas estão contabilizados como infeccionados. Américo Ubisse prestou estes dados à Rádio Moçambique, esta sexta-feira (30), no programa Café da Manhã.
Enquanto isso, as autoridades de saúde calculam-se que no país existem 532.402 homens e mulheres infectados pelos vírus do SIDA, dos quais apenas 297 mil estão em Tratamento Anti-Retroviral (TARV). As crianças vítimas da mesma doença, são ao todo 118.820. Delas, somente 25.597 beneficiam do TARV.
As restantes deixaram de ser “as flores que nunca murcham” pois correm o risco de não testemunharem a evolução do mundo porque ainda não têm acesso tratamento.
E o que dizer daquelas que muito cedo e precocemente viram-se forçadas a serem chefes de famílias porque os pais morreram do SIDA, sem ao menos terem lhes ensinado como encarrar a vida neste mundo repleto de adversidades.
Os números aqui apresentados apelam para que se tome uma outra consciência e maior responsabilidade em relação aos efeitos nefastos desta doença, e umm maior envolvimento de todos para travar este contágio que ameaça acabar com o planeta.
Ninguém, nem os que vivem o terror de discriminação e maldizeres dada a sua condição serológica, pode desisitr desta luta. O 1º de Dezembro é um dia para juntar esforços e forças e dizer, por exemplo, “é possível acabar com a transmissão do HIV de mãe para filho”.
É com este lema que o mundo reflecte, neste dia, sobre as vítimas que esta doença letal fez e faz. Independentemente de qualquer que for o estado serológico de quem quer que seja, todos podemos ser heróis desta causa.