Representantes de Moçambique, Malawi e Zâmbia reúnem-se esta sexta-feira, na África do Sul, para discutir os caminhos a seguir quanto a operacionalização do porto malawiano de Nsanje, no quadro do projecto de navegabilidade dos Rios Chire e Zambeze. O encontro foi convocado pela Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e pela organização de Mercado Comum da África Austral e Oriental (COMESA), segundo reporta a Rádio Moçambique, estação pública, que cita o jornal malawiano “Nation”.
Victor Lungu, um alto funcionário do Ministério dos Transportes e Infraestruturas do Malawi, citado pelos dois órgãos, refere que o encontro de hoje na África do Sul vai juntar representantes dos três países a procura de mecanismos para a exploração do porto de Nsanje e, consequentemente, a navegação dos rios Chire e Zambeze.
Segundo Lungu, não há motivo para pânico, porque a situação está sob controlo e as discussões prosseguem entre as partes. A fonte referiu, igualmente, que um dos barcos apreendidos em Moçambique ainda continua retido em Marromeu, província de Sofala, centro de Moçambique, mas não soube explicar se ainda contêm os fertilizantes que transportava.
O porto de Nsanje foi inaugurado em Outubro último pelo Presidente Bingu wa Mutharika, visando o acesso do Malawi e da Zâmbia ao Oceano Índico, mas tudo está encalhado devido à precipitação do Governo de Lilongwe, que tentou fazer tudo à força, numa clara violação aos procedimentos acordados no Memorando Tripartido Moçambique, Malawi e Zâmbia.
O documento concluído entre os três Governos em Abril de 2007 estabelece a mobilização de fundos para a realização de um estudo de viabilidade para se determinar a navegabilidade ou não dos Rios Chire e Zambeze, conforme exigem as autoridades A 28 de Setembro último, uma embarcação com destino a Nsanje foi detectada a navegar ilegalmente no Rio Zambeze e apreendida pelas autoridades moçambicanas em Marromeu.
Moçambique já reiterou que qualquer decisão sobre a navegabilidade dos Rios Chire e Zambeze está condicionada à realização de um estudo de viabilidade ambiental e sócio-económico. Neste momento, o Malawi está a tentar obter junto do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) um financiamento de três milhões de dólares norte-americanos para a efectivação do referido estudo.
