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Moçambique lança década de acção para segurança rodoviária

O Governo de Moçambique, através do Ministério dos Transportes e Comunicações (MTC), lançou na passada quarta-feira, em Maputo, a Década de Acção para a Segurança Rodoviária, com o desafio de reduzir para metade o número de acidentes de viação até 2020 e salvar vidas.

Trata-se de uma iniciativa que vai decorrer em coordenação com a Organização das Nações Unidas (ONU) e visa reforçar a acção de promoção da segurança rodoviária, contribuindo para a estabilização ou redução do número de vítimas mortais por acidentes de viação.

O vice-ministro dos Transportes e Comunicações, Eusébio Saíde, disse que para alcançar as metas estabelecidas para a década 2011-2020, cada país deverá elaborar uma estratégia nacional.

Moçambique já tem um plano Estratégico Multissectorial de Segurança Rodoviária, que foi aprovado em Fevereiro último, cuja implementação, por questões financeiras começará no próximo ano.

O mesmo poderá custar aos cofres do Estado 54.8 milhões de Dólares Norte-americanos “Como forma de dar respostas à problemática dos acidentes de viação e, na perspectiva do cumprimento dos compromissos assumidos ao nível das Nações Unidas e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), o Governo de Moçambique, tem vindo a trabalhar no sentido de encontrar soluções viáveis para o combate aos acidentes de viação”, disse.

“O Plano Estratégico Nacional e Multissectorial para a Segurança Rodoviária visa a criação de mecanismos de base multissectorial para a redução dos acidentes de viação e mitigação de seus efeitos”, acrescentou.

Segundo dados oficiais, apresentados por um técnico do Instituto Nacional de Viação (INAV), Vasco Tovela, os acidentes de viação tendem a reduzir no país, entretanto, o número de mortes continua a crescer. De 2007 a 2010, Moçambique registou 20.362 acidentes de viação, tendo resultado em 6.826 óbitos, 13.622 feridos graves, 9.850 danos avultados.

“Temos registado uma tendência decrescente dos acidentes de viação, em contra partida, há uma tendência de agravamento dos óbitos, e isto remete-nos para a gravidade da situação e a necessidade de intervirmos com mais intensidade”, defendeu.

Por sua vez, o Representante da Organização Mundial da Saúde (OMS), em Moçambique, Prosper Tumusiime, disse, na ocasião, que os acidentes de viação são preveníveis e todos sabem como prevenir as mortes. Para Tumusiime, o sucesso de qualquer campanha de redução dos acidentes de viação depende do cometimento político e colaboração da sociedade.

“Em casos como Austrália, França, Países Baixos, Suécia e Reino Unido, mortes por acidentes de viação diminuíram em mais de 50 por cento nas últimas quatro décadas. O que esses sucessos tiveram em comum é um elevado nível de compromisso político, a implementação de boas práticas e a colaboração de muitas partes da sociedade no sentido da criação de uma cultura de segurança”, explicou.

Estima-se que anualmente 1.2 milhões de pessoas morrem em todo o mundo por causa dos acidentes de viação. Acredita-se que, se todos os países implementarem o plano global de redução de acidentes de viação, cinco milhões de vida poderiam ser salvos e 50 milhões de feridos seriam evitados.

A adesão de Moçambique à iniciativa ocorre depois de em Maio de 2010, numa reunião realizada na cidade de Pemba, em Cabo Delgado, norte do país, os ministros responsáveis pela área dos transportes e comunicações dos países da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) terem assumido o compromisso da região em adoptar a resolução da ONU que proclama 2011-2020 como Década da Acção para a Segurança Rodoviária.

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