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Moçambique em destaque na Mostra de Teatro Internacional de Oeiras

Moçambique em destaque na Mostra de Teatro Internacional de Oeiras

O Teatro e o Teatro Dança de Moçambique estiveram em grande destaque, em Portugal, através da sua participação na MITO – Mostra de Teatro Internacional de Oeiras – que, desde o passado dia 3, decorre naquela cidade. Na ribalta deste enorme sucesso, e ao lado de consagradas companhias de Portugal, Brasil, Angola e Cabo Verde, estiveram a Companhia de Teatro Kudumba, com a peça “Só cheira a borracha” e o Grupo Xipane-Pane com “Raízes do Índico”. Pode dizer-se que desta participação moçambicana fi caram duas importantes mensagens que chamaram a atenção do público para a tradição e a realidade. As raízes e tradições foram mostradas pelo “Raízes do Índico” num verdadeiro mosaico da cultura moçambicana.

O grupo ofereceu uma autêntica viagem pelos ritmos e cor que Moçambique possui, num espectáculo que reuniu um misto de corpos dançantes, instrumentos musicais e canto, num leque diversifi cado de danças tradicionais e guerreiras de Moçambique.

Com textos cantados em português, ronga (língua da região sul de Maputo) e em macua (idioma nortenho), com instrumentos onde não faltaram as congas, ngomas e o xigubo e com os bailarinos trajados de acordo com a proveniência das danças, o grupo, dirigido por Mussá Daúde Ibrahimo, marcou a diferença e honrou as tradições populares do seu país, através de um elenco musical e coreográfico composto por Alfredo José Matare, Angélica Machiane, Aníbal José Mimoso, Catarina Manhiça, Cláudia Rodrigo, Cristoph Santana, Daúde Ibrahimo, Engrácio José, Eugénio Santana, Kabum, Margarida José Levi, Octávio Chamba e Rossana Daúde. E tão importante foi esta participação que as suas duas actuações tiveram lugar à tarde com uma delas programada para o dia do encerramento.

O grito da realidade Por sua vez, a Companhia de Teatro Kudumba, com a peça “Só cheira a borracha”, um trabalho concebido, dirigido e encenado por Cândida Bila, trouxe à Mostra Internacional de Teatro de Oeiras uma chamada de atenção ou um verdadeiro grito de alerta para a realidade moçambicana e do mundo em geral, através de uma peça que retrata a problemática do HIV e do SIDA, perigos que não têm rosto, sexo, idade… e que matam.

“Só cheira a borracha” abriu o MITO no Teatro Municipal Lurdes Norberto, em Linda-a-Velha, nas duas primeiras noites, e a peça escrita por Cândida Bila desde logo conquistou o público pela força e realidade do sério aviso que transmitia. Num enredo simples e ainda vulgar, a actriz moçambicana desenvolveu a história de uma família que se vê envolvida no drama do SIDA. Procurando fugir a esse mal que vitimara o seu pai, dois irmãos rumam a Maputo mas quis o destino, traiçoeiro, que um deles viesse a ser contaminado num prostíbulo e arrastasse com ele a sua mulher e o fi lho que iria nascer.

De salientar que para estas apresentações na Mostra Internacional de Teatro de Oeiras, a Companhia de Teatro Kudumba trouxe a Portugal, para além de Cândida Bila, um elenco constituído por Paulo Sérgio, Stela Castilho, Messias Grachane, Mário Mabjaia e Amina Abudo. A coreografi a, luminotécnica e a sonoplastia estiveram a cargo de Noé Manhate, Hermínio Ricardo, Aurélio Dinis e António Mauaie (Toré), respectivamente. Por último, de referir que a Mostra Internacional de Teatro de Oeiras (MITO) surgiu para assinalar os dois séculos e meio de existência de Oeiras e que a língua portuguesa fosse ali o denominador comum uma vez que, segundo os promotores, aos poucos ela se vai perdendo na expressão artística.

Assim, com o MITO, “vamos falar, ouvir e entender, falando português e a arte, independentemente da diferença cultural dos países de onde somos oriundos”, salientou a organização.

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