O Presidente moçambicano, Armando Guebuza, diz que o país deve continuar a inverter o cenário em que há crianças que passam fome, não têm abrigo, roupa, acesso a uma escola ou a uma fonte de água potável.
O Presidente deixou claro que não há razão dos moçambicanos vergarem nesta batalha pelo bem das crianças, vincando que a criança é um tesouro que garante a continuidade de todo um povo.
“Temos que continuar a inverter este cenário: A criança moçambicana é o nosso tesouro, é a garantia da nossa continuidade, como um povo, como uma nação”, declarou Guebuza.
Discursando, Quarta-feira, em Maputo, no encerramento do Terceiro Parlamento Infantil que vinha decorrendo desde a última Terça-feira, juntando 114 crianças daquele parlamento, Guebuza acrescentou que ainda há crianças que são privadas de dar as suas opiniões, de conviver com as suas famílias num ambiente são e harmonioso.
Falando perante uma plateia de mais de duas centenas e meia de crianças e adultos, incluindo o antigo estadista moçambicano, Joaquim Chissano, o veterano da luta de libertação nacional, Marcelino dos Santos, o Primeiro-Ministro, Aires Ali, entre outros, Guebuza acrescentou que a sociedade não pode descansar enquanto ainda existirem crianças vitimas de violência, incluindo o assedio sexual na família, na escola ou na comunidade, entre outros males.
Naquela ocasião, Guebuza considerou a realização da presente sessão do parlamento infantil como tendo sido um momento especial em que os petizes levantaram o que lhes preocupa e o que é prioritário para o seu desenvolvimento e bem-estar.
“A nação moçambicana esteve atenta as vossas intervenções. O governo vai continuar a dar resposta a estas questões centrais que nos colocaram”, prometeu o mais alto magistrado da nação moçambicana.
Com efeito, durante os debates, o parlamento infantil levantou vários problemas que pela sua dimensão levaram Guebuza a afirmar, momentos antes do seu discurso oficial de encerramento, que “as questões que colocaram, em algumas circunstâncias se pensaria que foram feitas por adultos”.
Os petizes levantaram questões que a com a política de aprovações automáticas, pelo menos no ensino primário, porque, segundo eles, isso faz com que as crianças entrem para o ensino secundário sem saber ler nem escrever.
As ‘crianças – deputados’ questionaram ainda, entre outros pontos, o facto de até hoje as salas de aula continuarem a ser muito numerosas, sustentando que isso só agrava ainda mais os problemas da qualidade de ensino.
Por outro lado, Guebuza mostrou-se ainda encorajado pelo facto de o parlamento infantil ter mostrado capacidade de síntese e aproveitamento integral do escasso tempo disponível, frisando que “não é fácil conseguir cobrir muitas áreas da vida do pais em apenas dois dias, mas que o mesmo acabou sendo facilitado pelas crianças porque até o informe que apresentaram foi muitíssimo claro”.
“Isto mostra que as crianças moçambicanas se preocupam muito por si e pela sua nação”, acrescentou Guebuza.
A Terceira Sessão do Parlamento Infantil elaborou um total de 14 diferentes recomendações, basicamente constituídas por assuntos que as crianças querem ver resolvidas ou minimizadas.