Moçambique está a violar os objectivos do Mecanismo Africano de Revisão de Pares (MARP), um instrumento instituído pela União Africana, para o alcance da estabilidade política, com vista a elevar o crescimento económico e desenvolvimento sustentável dos países signatários.
O MARP, recorde-se, foi criado em 2002 pela União Africana no quadro de novas parcerias para o desenvolvimento da África, e Moçambique aderiu em 2003. Presentemente, a organização conta com 33 países membros.
Além da estabilidade política dos países signatários, principal objectivos, uma das áreas prioritárias do MARP é a melhoria na governação e gestão económica, governação corporativa e Desenvolvimento económico.
Com os confrontos actuais, entre as forças governamentais e da Renamo, provam claramente que o país está a desviar-se do seu comprometimento. Na última semana, o Fórum Nacional do Mecanismo Africano de Revisão de Pares reuniu-se em Nampula para a divulgação dos principais objectivos do MARP, numa altura em já passam aproximadamente 13 anos.
A sociedade civil de Nampula considera que enquanto o Governo não resolver a actual tensão político-militar vai manchar o bom nome de Moçambique a nível do continente.
João Utui, membro do Fórum Nacional do Mecanismo Africano de Revisão de Pares, deu uma nota negativa ao país no concernente ao cumprimento das políticas do MARP, no que diz respeito à estabilidade política. “A situação não está ainda de acordo com o que nos esperamos, naturalmente, não daríamos uma nota positiva. O que nos queremos é estabilidade e paz efectiva, não discursos”, disse.
Por seu turno, Maria Moreno, membro sénior do Movimento Democrático de Moçambique e vereadora institucional no Conselho Municipal da Cidade de Nampula, apesar de reconhecer a ausência da paz efectiva, acredita que um dia Moçambique estará em paz. “O povo vai viver em paz, isso passa necessariamente pelo envolvimento de todos na busca da mesma”, garantiu Moreno.