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Moçambique “alheio” às alterações climáticas

O último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) divulgado em Março último traz previsões preocupantes sobre o futuro do planeta nos próximos anos e defende que mesmo que as emissões de gases do efeito estufa diminuam, a Terra continuará a sofrer danos que podem acentuar a escassez de água, a diminuição da produção de alimentos, a desertificação, a estiagem, grande quantidade de chuvas, a extinção de várias espécies de plantas e animais, dentre outros problemas em consequências das mudanças climáticas. Entretanto, Moçambique, que devido à sua localização geográfica é vulnerável a esse fenómeno, não tem meios nem estudos para fornecer informações consistentes e monitorar a evolução da situação, segundo o meteorologista Isaias Raiva.

O técnico Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) disse ao @Verdade, há dias, que a falta de informação sobre a matéria é consequência do conflito armado que durou 16 anos no país, altura em que as instituições que se ocupavam da medição e previsão da temperatura foram destruídos. E o país levará muito tempo para possuir um sistema que permita a disponibilidade de informação sobre as mudanças climáticas, em particular, por a sua instalação ser onerosa.

Para Isaias Raiva, os dados incipientes sobre as alterações climáticas de que o país dispõe baseiam-se na observação directa em virtude de não haver condições para o efeito. Aliás, o nosso interlocutor deixou claro que não é dever do INAM produzir dados relativos às mudanças climáticas. Porém, ele acusou algumas organizações de apresentarem informação não fiável sobre a matéria.

“Os dados publicados por algumas organizações não são fiáveis em termos de previsão para Moçambique. Os dados apresentados têm sido globais e isso não nos permite definir a situação do país”, explicou Raiva, para quem o INAM está a trabalhar com a Bolívia na área de precipitação com vista a produzir informações de regiões que ainda não são alcançadas em termos de previsão do tempo devido à falta de meios e sobre as mudanças climáticas. Refira-se que o IPCC indica que os maiores estragos derivados das alterações climáticas serão provavelmente em países tropicais, tais como Moçambique.

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