Apesar de o défice da conta corrente ter registado, em 2013, uma melhoria de cerca de 6,8%, explicado pelo aumento do saldo superavitário da conta de transferências correntes em 48,8%, Moçambique está a 21% de atingir o nível definido nos critérios de convergência da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
O nível definido na região é de 9%, segundo o Banco de Moçambique (BM). A melhoria atingida deveu-se à entrada de receitas de impostos das mais-valias, no período em análise, que também contribuiu para desaceleração do défice da conta de serviços em cerca de 12%, segundo o BM, realçando que com este desempenho o défice da conta corrente em percentagem do Produto Interno Bruto (PIB) reduziu, em 2013, de 44% para 38,8%, “mas ainda muito acima do nível de 9%”, lamenta o banco central moçambicano.
Sublinha, contudo, que o défice da conta corrente moçam- bicana está a ser considerado como “sustentável no longo prazo” pelo facto de ser, maioritariamente, financiado pelo influxo do Investimento Directo Estrangeiro (IDE) que exerce menos pressão em termos de solvência, porque o retorno do capital investido, através de dividendos pagos aos accionistas, depende exclusivamente do sucesso e da rentabilidade do investimento.
Contribui ainda para a sustentabilidade da conta corrente no médio e longo prazos o facto de o influxo do IDE estar a ser direc- cionado para sectores produtivos que produzem ganhos futuros para garantir a solvência do país no médio e longo prazos.