Moçambique está na oitava posição num grupo de 21 piores países com casos de registo de casamentos prematuros (antes dos 18 anos de idade).
A avaliação é do Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP) que acaba de concluir que 52% de raparigas moçambicanas casam-se antes de atingirem a idade adulta, o que coloca o país no grupo de países com as mais elevadas taxas de casamentos precoces no mundo.
Mesmo assim, há quem diga que estes valores pecam por defeito, dada a fragilidade da capacidade de arrolamento dos reais números que ocorrem no “país real” moçambicano.
Níger líder
A lista é liderada pelo Níger onde se estima que 75% de raparigas casam-se antes de completarem 18 anos de idade, seguido do Chade e Bangladesh, com taxas elevadas deste fenómeno social, de acordo ainda com o Fundo das Nações Unidas para a População.
Por outro lado, aquela agência especializada da ONU indica que 34% das mulheres com idades compreendidas entre 20 e 24 anos de idade dos países em desenvolvimento, como Moçambique, estão casadas ou em uniões informais antes de completarem 18 anos.
Por outro lado, o FNUAP refere que a maior parte dos programas de planeamento familiar destes países excluem as “noivas precoces”, acrescentando que a situação faz com que aquele grupo social não tenha acesso suficiente à informação sobre a sua saúde sexual e reprodutiva.
Para contrariar o cenário, o FNUAP esboçou uma estratégia 2012/2020 que visa permitir um maior acesso a métodos de planeamento familiar a cerca de 120 milhões de mulheres de 69 países por se tratar de “um direito humano básico”.
O relatório é intitulado Por Escolha, Não por Acaso-Planeamento Familiar, Direitos Humanos e Desenvolvimento.