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Moçambicanos vítimas de violência xenófoba na África do Sul

Moçambicanos vítimas de violência xenófoba na África do Sul

Dois cidadãos moçambicanos perderam a vida na manhã desta quinta-feira(09) vítimas de xenofobia que se registam na província do KwaZulu-Natal, na África do Sul. Os ataques e saques a estabelecimentos comerciais de cidadãos estrangeiros aconteceram dias depois de o rei zulu Goodwill Zwelithini, o líder tradicional mais importante dessa província sul africana ter dito que os imigrantes devem “fazer as malas e deixar” o país. A violência contra cidadãos estrangeiros na África do Sul conheceu o seu ponto mais alto em 2008, com a morte de sessenta e duas pessoas entre elas Ernesto Nhamuave, um cidadão moçambicano que foi queimado vivo.

A informação, veiculada pela Rádio Moçambique, foi confirmada pelo Consulado-Geral de Moçambique em Durban, que acrescentou que a situação é o corolário do agravamento dos ataques xenófobos por parte de cidadãos sul-africanos contra estrangeiros, em particular moçambicanos.

Pelo menos 500 cidadãos estrangeiros, com os moçambicanos em maior número, estão recolhidos num centro de acolhimento reservado a cidadãos estrangeiros vítimas de violência xenófoba.

Entretanto, o Governo da África do Sul anunciou que irá ajudar a todos os cidadãos estrangeiros expulsos das suas casas no âmbito da violência xenófoba, uma semana depois de ataques e saques aos seus estabelecimentos comerciais, próximo da cidade de Durban.

O Ministro sul-africano dos Assuntos Internos, Malusi Gigaba, fez esta promessa ao visitar as vítimas alojadas em tendas num campo desportivo na região de Isipingo, o epicentro deste levantamento. O Governo, segundo anunciou, poderá apoiar as vítimas a regressarem aos seus países de origem, se esse for o desejo delas.

A violência contra cidadãos estrangeiros na África do Sul conheceu o seu ponto mais alto em 2008, com a morte de sessenta e duas pessoas entre elas Ernesto Nhamuave, um cidadão moçambicano que foi queimado vivo. As autoridades policiais sul-africana acabaram por arquivar o caso por alegada falta de testemunhas e suspeitos. Contudo o bárbaro acto foi presenciado por pelo pelo menos uma testemunha, o também moçambicano Francisco Kanze não só presenciou o bárbaro acto como foi vítima da violência xenófoba juntamente com Ernesto e, na altura relatou o crime a jornalistas.

Houve falta de vontade das autoridades sul-africanas em esclarecer os actos violentos de 2008 que tem sido continuamente reportados, ainda que de forma esporádica em bairros suburbanos, principalmente contra cidadãos somalis, bengalis, etíopes e congoleses.

O Governo de Filipe Nyusi ainda não se pronunciou sobre esta nova onda violência que afecta centenas de moçambicanos que trabalham e residem nesta província da “terra do rand”.

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