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MITRAB apela os trabalhadores da G4S para não optarem pela greve

O Ministério do Trabalho (MITRAB) apela os 13 mil trabalhadores da empresa de segurança privada G4S, que operam em todo o território nacional, a privilegiarem o dialogo ao invés de avançarem para greve, cujo arranque está agendado para o próximo dia 20 de Julho corrente. O apelo foi lançado esta sexta-feira, em Maputo, pelo Inspector- geral do Trabalho, Joaquim Siuta, em conferência de imprensa convocada para o efeito.

Na ocasião, Siuta disse estar a negociar com os trabalhadores e que as questões reivindicadas estão previstas no acordo colectivo de trabalho ora em negociação. Os trabalhadores reivindicam, entre outros benefícios, uma nova formula para o pagamento de horas extras, mais tempo de descanso na separação de turnos tendo em conta que, em Fevereiro último, a empresa introduziu o tempo de trabalho de oito horas com intervalo de 30 minutos, contra as anteriores 12 horas.

Segundo Siuta, o Comité Sindical da G4S exige que durante os 30 minutos de intervalo o trabalhador tenha liberdade de abandonar o posto para fazer o que quiser, facto que não pode ser permitido porque trabalhase em regime de laboração que exige concentração e atenção permanente. O MITRAB é que está a mediar o processo negocial em curso entre a G4S e seus trabalhadores. “Não existe nenhum compromisso entre o MITRAB e a G4S mas, sem desvalorizar o que está em causa, a greve não é vantajosa. É preciso aprofundar as questões. A greve a ser realizada dentro do prazo determinado seria ilegal. Os trabalhadores devem entender que a greve é o último recurso”, alertou o Inspector.

O MITRAB, segundo Siuta, não está a sair em defesa da G4S, apenas está a agir na sua qualidade de garante e promotor de um ambiente de coesão, paz e estabilidade laboral. Siuta disse não ser nada bom para o país quando 13 mil homens que trabalham com instrumentos e meios perigosos (armas) agem desta maneira, porque “manusear estes materiais exige prudência”. “Ainda não estão esgotados os meios para se encontrar uma solução pacífica, porque se uma das partes não estiver satisfeita pode se recorrer a constituição de um tribunal de arbitragem para dirimir o diferendo”, acrescentou.

O Inspector-geral do Trabalho instou os trabalhadores a agirem de acordo com as normas, destacando que se houver greve no dia 20, os trabalhadores incorrem a uma infracção disciplinar porque não estão reunidos os pressupostos para tal. Segundo o Inspector, os distúrbios não devem ser confundidos com uma greve. A empresa de segurança privada G4S tem sido assolada por uma onda de greves e a última vez que se registou este tipo de acto, foi na primeira semana de Abril último, envolvendo os trabalhadores da cidade de Maputo.

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