A primeira das seis baterias de mísseis Patriot da NATO destinados a proteger a Turquia de um potencial ataque sírio chegou de navio da Alemanha, esta Segunda-feira (21), provocando um pequeno, mas barulhento protesto de manifestantes nacionalistas e de esquerda.
Dezenas de veículos militares alemães camuflados carregando as baterias desembarcaram no porto mediterrâneo de Iskenderun.
Cerca de 150 partidários do Partido Comunista Turco dispararam granadas de fumaça rosa e queimaram uma bandeira norte-americana numa entrada do porto.
A Alemanha, a Holanda e os Estados Unidos estão a enviar duas baterias de mísseis Patriot cada e cerca de 400 soldados para a Turquia depois de Ancara pedir ajuda da NATO para reforçar a segurança ao longo da sua fronteira de 900 quilómetros com a Síria.
Damasco chamou o movimento de “provocativo”, em parte porque o pedido de míssil da Turquia poderia ser visto como um primeiro passo para a implantação de uma zona de exclusão aérea sobre o espaço aéreo sírio.
A fronteira tornou-se um ponto de inflamação na insurgência de 22 meses contra o presidente Bashar al-Assad, com bombas do governo sírio frequentemente a caírem no território turco, provocando uma resposta semelhante do exército de Ancara.
“Esta missão é puramente defensiva”, disse o tenente-coronel do Exército polonês Dariusz Kacperczyk, porta-voz da NATO para a implantação Patriot. “É para impedir qualquer possível ameaça proveniente de mísseis para a população turca e o território”.
As baterias estarão plenamente operacionais no início de Fevereiro e vão proteger mais de 3,5 milhões de pessoas que vivem na região, disse ele.
A Turquia tem sido um dos maiores críticos de Assad, liderando pedidos por intervenção internacional e fornecendo abrigo para mais de 150 mil refugiados sírios.
Apesar da desconfiança sobre um envolvimento turco possivelmente mais complexo no conflito, houve apenas oposição em pequena escala à implantação da NATO.
“Yankees vão para casa!”, “América Assassina, saia do Oriente Médio!”, gritava a multidão de nacionalistas, alguns a agitarem bandeiras turcas, num protesto no centro de Iskenderun.
“O porto de Iskenderun vai tornar-se túmulo da NATO”, dizia um cartaz segurado por um manifestante na multidão de centenas. A polícia de choque, ajudada por veículos blindados de canhão de água, acompanhava de longe.