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Ministros árabes cobram implementação do plano de Annan na Síria

Chefes de governos árabes defenderam, Quarta-feira, a rápida implementação de um plano de paz apoiado pela ONU para tentar resolver a crise na Síria, e que foi aceite, esta semana, pelo presidente Bashar al Assad.

Reunidos em Bagdad para uma cúpula que acontece, Quinta-feira, os ministros da Liga Árabe manifestaram o seu aval ao plano concebido por Kofi Annan, enviado especial da ONU e da Liga para a questão síria.

O plano prevê um cessar-fogo e um diálogo político, mas sem impor a renúncia de Assad como pré-condição. A Síria aceitou o plano, mas rejeitou, Quarta-feira, qualquer iniciativa a ser adoptada pela cúpula, dizendo que só irá lidar com Estados árabes individualmente, uma vez que a Liga suspendeu a Síria devido à violência interna que dura mais de um ano.

“Não podemos ser imparciais nessa questão da violência, dos assassinatos e do derramamento de sangue cotidianos”, disse o chanceler iraquiano, Hoshiyar Zebari, ao final do segundo dia de deliberações.

“A resolução internacional que a Síria aprovou, acreditamos que seja um passo positivo e construtivo (…). Mas ela precisa de implementação”, disse o ministro, para quem a proposta é a “última chance” de resolver o conflito.

Divididos sobre como lidar com a crise, os Estados árabes parecem ter recuado da sua proposta inicial para que Assad se afastasse do poder durante as negociações com a oposição.

Segundo Zebari, a Liga Árabe não aceitará nenhuma intervenção estrangeira na Síria. Enquanto os potências sunitas como Arábia Saudita e Catar tentam isolar a Síria, outras nações árabes, como Argélia, Egito e Iraque, pedem mais cautela, temendo que o derrube de Assad cause mais violência étnica, inclusive além das fronteiras sírias.

“A prioridade é acabar com a violência na Síria”, disse o chanceler dos Emirados Árabes Unidos, Anwar Qarqash, em Bagdad. “Apoiamos a proposta de Annan.”

Ali al Dabbagh, porta-voz do governo iraquiano, disse que a Liga tentará definir formas de implementar a proposta de Annan, incluindo possíveis negociações com os adversários de Assad, mas não entrou em detalhes.

Os governos árabes e ocidentais receberam com cepticismo a notícia de que Assad teria decidido aceitar o plano de Annan.

A secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, disse que Assad tem um histórico de “prometer demais e cumprir de menos”, e que por isso é preciso esperar acções concretas.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, deve participar na cúpula árabe da Quinta-feira. É a primeira vez em duas décadas que o Iraque recebe uma reunião desse tipo, e será também a primeira a ser comandada por um líder xiita, o primeiro-ministro Nuri al Maliki.

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