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Ministro reconhece culpa do sector pela má qualidade de estradas

O Ministro moçambicano das Obras Públicas e Habitação, Felício Zacarias, reconheceu na segunda-feira a culpa do seu sector pela má qualidade das estradas do país, o que, segundo ele, resulta da falta de manutenção adequada.

Falando em Maputo na abertura da reunião nacional de manutenção de estradas, organizada pela Administração Nacional de Estradas (ANE) e que decorre sob o lema “Técnicas apropriadas e inovativas para uma manutenção qualitativa de estradas”, Zacarias disse que, nos últimos anos, tem constatado que, além do problema de recursos financeiros, a manutenção de estradas não tem sido feita de forma adequada.

“Vezes sem conta vemos obras a iniciarem e a terminarem sem que quem de direito esteja lá para as fiscalizar. No fim queixamo-nos da má qualidade das mesmas. Como ter boa manutenção de estradas se aquele que devia estar no terreno a controlar as obras está na praia”, questionou o governante. No seu contacto com a imprensa, o Ministro disse que um dos exemplos dessa situação é o troço da estrada nacional entre Inchope (província de Manica) a Caia (Sofala), Centro do país, reabilitada há menos de seis anos mas agora degradada. As estradas nacionais têm também sido ciclicamente assoladas pelas chuvas, comprometendo assim a circulação de pessoas e bens.

Esta situação é agravada pelo facto de apenas 20 por cento do total de cerca 30 mil quilómetros de estradas nacionais estarem asfaltadas. Segundo Felício Zacarias, esta situação coloca um desafio enorme para o sector de estradas que deve continuar a reflectir sobre as melhores estratégias de manutenção de estradas do país. Assim, o governante disse que este sector tem de ter alguma capacidade para controlar o seu trabalho porque nada valerá apenas acusar os empreiteiros pela má qualidade da manutenção das estradas enquanto o próprio Ministério das Obras Públicas e Habitação (MOPH) não tiver clareza do seu trabalho.

Esta reunião de três dias, que também conta com a presença de delegados provinciais da ANE e directores provinciais das Obras Públicas e Habitação, tem a agenda de reflectir sobre os trabalhos de manutenção da rede rodoviária e avaliar o grau de execução dos programas de manutenção de estradas previstos para o presente ano.

O encontro de Maputo visa também reflectir sobre a aplicação de metodologias alternativas para uma manutenção qualitativa de estradas, divulgar e disseminar as experiências e inovações implementadas ao nível de estradas rurais de baixo volume de tráfego, através de projectos-piloto em curso em todas as províncias do país. Avaliar as necessidades de gerir e executar de forma eficiente e sustentável os programas de estradas e definir claramente a estratégia a seguir com vista a uma implementação efectiva e sustentável dos programas de estradas para o próximo ano são outros pontos da agenda desta reunião.

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