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Minha Escolinha: uma creche à mercê de doações no coração de Iapala

Minha Escolinha: uma creche à mercê de doações no coração de Iapala

Numa localidade com o desenvolvimento eternamente adiado, pouco mais de duas dezenas de crianças procuram a educação pré-escolar no primeiro e único centro infantil existente na pobre vila de Iapala, no distrito de Ribáuè, em Nampula. Com menos de um ano de existência, a equipa que lidera a creche rema contra uma maré de dificuldades sem fins para dar um futuro condigno aos petizes. Porém, só com o apadrinhamento dos miúdos no pagamento da mensalidade no valor de 200 meticais poder-se-á garantir a continuidade da iniciativa.

Sossegados, impenetráveis e rigidamente sentadas, crianças, entre os três e os cinco anos, de ambos os sexos, aguardam o início das actividades pré-escolares na “Minha Escolinha”, um centro infantil da vila-sede de Iapala, na província de Nampula.

A iniciativa surge nos princípios do ano passado (2011), depois de um pedido feito pelos membros da comunidade de São Francisco de Assis de Iapala à missionária Lizzy. Mas, devido a questões ligadas à logística e de ordem financeira, só se materializou a partir do segundo semestre do mesmo ano.

“O que se pode fazer para melhorar a educação escolar das crianças de Iapala” era a questão que os mentores se colocavam. A poucos dias de deixar aquela vila para dar continuidade ao seu trabalho noutros cantos do mundo, a irmã Lizzy tomou a iniciativa de convidar Maria Elizete Casiere para prosseguir com a ideia. O repto estava lançado.

No princípio, não muito habituada a liderar projectos do género, Maria mostrou-se reservada, mas, devido ao seu espírito solidário, não se fez de rogada, tendo aceitado o desafio e meteu mãos à obra.

Presentemente, Maria Casiere, ou simplesmente “vovó Nené” como é tratada pelos petizes, coadjuvada por João Ibrahimo Omar, supervisionados pelo pároco de Iapala, Orlando Gabriel, lutam para garantir uma educação básica para os miúdos.

“A vontade de fazer alguma coisa para ajudar na formação das crianças é a nossa motivação”, diz e acrescenta: “a nossa preocupação é preparar a criança para a formação. Elas aprendem a falar português, desenhar, cantar, entre outras actividades”.

À mercê de doações

A “Minha Escolinha” não tem instalações próprias, ela funciona no Centro de Formação Cristã Dom Manuel Viera Pinto, pertencente à Paróquia de Iapala. Um espaço aberto, sem janelas e, muito menos, porta, os petizes recebem a pré-educação expostas a todo tipo o de intempéries.

Há pouco tempo, a instituição ganhou um terreno de três hectares, mas o grande dilema é falta de fundos para construir uma pequena sala de aulas.

“Este espaço foi-nos cedido. Não temos refeitório e, muito menos, onde arrumar as nossas coisas. Não precisamos de uma coisa grande, mas um espaço com o mínimo de cómodos, onde possamos guardar as cadeiras e outros bens”, diz a vovó Nené.

Desde a sua criação até aos dias de hoje, desamparado pelas autoridades locais, o centro infantil sobrevive à mercê de doações que nunca chegam para cobrir todas as despesas para manter o funcionamento do mesmo.

Os membros da comunidade, alguns pais das crianças e outras pessoas de boa-fé doam o que podem: desde uma lata de feijão ou milho, passando pela lenha até o seu próprio tempo. No início, o centro contava com 40 crianças, este ano o mesmo, em duas semanas, já alberga 30.

As actividades iniciam às 7h00 da manhã, têm o seu término ao meio- -dia, e são garantidas por uma equipa de três monitores voluntários (duas senhoras e um jovem). Chegam doações de Maputo e Nampula, mas são insuficientes, sobretudo para permitir que os miúdos tenham pelo menos pão e chá no lanche.

Para já, o apadrinhamento é visto como uma solução viável para a continuidade da iniciativa. A mensalidade da escolinha para os pais que são funcionários é de 150 meticais. Apesar de o montante ser irrisório, grande parte dos encarregados de educação tem dificuldades em pagar.

 

Crianças que precisam de ser apadrinhadas:

Se o leitor decidir tornar-se padrinho de uma destas crianças contacte a Sra. Maria Casiere pelo telemóvel 824405290.

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