O Governo moçambicano deverá aprovar até finais de 2011 um projecto de desenvolvimento das zonas de origem dos cerca de 40 mil mineiros a trabalhar na África do Sul para o melhoramento das condições de vida das suas famílias.
O esboço do referido projecto está em elaboração pelo Ministério do Trabalho (MITRAB) que conta com a colaboração da Organização Internacional do Trabalho (OIT), segundo César Mandlate, representante dos mineiros moçambicanos na vizinha África do Sul.
“Queremos que os nossos filhos se beneficiem do esforço que temos feito nas minas da África do Sul, passando a usufruir de uma vida de conforto, pois os 12 meses de contrato para trabalhar nas minas dão-nos dinheiro, mas também aceleram a nossa morte”, enfatizou Mandlate.
Ele falava, esta segunda-feira, à margem de uma cerimónia de assinatura de um acordo entre o MITRAB e o Banco Comercial de Investimento (BCI) ao abrigo do qual os mineiros moçambicanos passarão a beneficiar de serviços bancários para desenvolvimento do projecto.
Cada mês passarão a sofrer um desconto no seu salário de 60%, valor a ser depositado no BCI para Segurança Social dos seus familiares em Moçambique, de acordo ainda com Mandlate que acrescentou que os seus soldos mensais variam entre três mil e 200 mil randes em 12 meses de contratos que podem ser renovados.
“O depósito no banco só pode ser feito a partir do sétimo mês do contrato, uma vez que nos primeiros seis meses o pagamento é 100%”, destacou aquele mineiro.