Os militantes argelinos decapitaram o turista francês Hervé Gourdel, sequestrado por atiradores, domingo (21), no que o grupo disse ser uma resposta à acção da França contra os combatentes do Estado Islâmico no Iraque.
Num vídeo divulgado por seus captores, Gourdel, de 55 anos e natural da cidade de Nice, é visto ajoelhado com os braços amarrados atrás das costas diante de quatro militantes mascarados que leem uma declaração em árabe criticando a intervenção francesa.
Em seguida, eles empurram-no para um lado e seguram-no. O vídeo não mostra a decapitação, mas mais tarde um combatente segura a cabeça diante da câmera. “Eis por que os Soldados do Califado na Argélia decidiram punir a França, executando este homem, e defender o nosso amado Estado Islâmico”, diz um dos militantes no comunicado que lê em voz alta.
A França lançou os seus primeiros ataques aéreos contra alvos do Estado Islâmico no Iraque na sexta-feira passada, e afirmou que tudo deve ser feito para livrar a região do grupo. O presidente francês, François Hollande, confirmou a morte de Gourdel, e prometeu que as operações militares francesas contra o grupo radical sunita prosseguirão.
“O nosso compatriota foi morto de forma cruel e covarde por um grupo terrorista. Hervé Gourdel foi assassinado por ser francês”, declarou Hollande, visivelmente abalado pelos eventos, na Organização das Nações Unidas (ONU). “A minha determinação é total, e esta agressão só a fortalece. A França continuará a combater os terroristas em toda parte. As operações contra o Estado Islâmico irão continuar”.
Os Soldados do Califado, grupo ligado aos militantes do Estado Islâmico na Síria e no Iraque, publicaram um vídeo, segunda-feira, a assumirem a responsabilidade pelo sequestro e mostraram o homem que se identificou como Gourdel.
O rapto ocorreu depois de o porta-voz do Estado Islâmico, Abu Muhammad al-Adnani, ter exortado os seguidores do grupo a atacarem cidadãos dos EUA, da França e de outros países que se juntaram à coligação que almeja destruir a facção radical. Pouco antes de os militantes fazerem a declaração no vídeo, Gourdel disse à família que os amava.
Não houve comentários de imediato dos familiares de Gourdel, mas um amigo, Eric Grinda, declarou ao canal de televisão francês i-Tele: “Eles querem atiçar as chamas do ódio e nos fazer reagir. Eles só são capazes de fazer uma coisa, assassinar um homem de joelhos com as mãos amarradas… a minha tristeza é imensa”.
Diplomatas ocidentais e fontes de segurança dizem crer que existam menos de 10 reféns ocidentais ainda em poder do Estado Islâmico. No início deste mês, os Soldados do Califado anunciaram ter rompido com a Al Qaeda no Magreb Islâmico para apoiar o Estado Islâmico, mais um exemplo das rivalidades crescentes entre este último grupo e a liderança da Al Qaeda.