Milhares de pessoas ficaram nesta quarta-feira numa fila de até oito horas num dia sufocante de calor em Singapura para prestar as suas últimas homenagens ao ex-primeiro-ministro Lee Kuan Yew, cujo corpo foi velado no Parlamento. Lee, fundador da Singapura moderna, morreu na segunda-feira, aos 91 anos.
O seu esquife, envolto na bandeira do país, foi levado do Palácio Istana, onde fica o gabinete do primeiro-ministro de Singapura e a família Lee realizou um velório privado desde segunda-feira. Um músico tocou em gaita de foles “Auld Lang Syne” quando o cortejo partiu.
Multidões gritavam “Lee Kuan Yew” enquanto a carruagem entrava no Parlamento, no coração do bairro de negócios da cidade-Estado. O funeral será no domingo.
Num momento raramente visto em Singapura, onde manifestações são duramente reprimidas, milhares de pessoas ficaram na fila que se estendia por alguns quilómetros desde o edifício do Parlamento, sobre o rio, cruzando o distrito financeiro, em Chinatown.
Devido ao grande número de pessoas que compareceu ao velório, o governo prorrogou a entrada no local para o período da noite no sábado e madrugada de domingo.
Lee foi o primeiro chefe de governo de Singapura e é considerado o responsável pela transformação de um posto avançado colonial britânico em uma cidade-Estado que é uma das nações mais ricas do mundo, em termos de renda per capita, com um papel profundo do Estado e forte repressão aos dissidentes.