Milhares de pessoas envolvidas nos conflitos da República Centro-Africana bloquearam a pista do aeroporto internacional nesta terça-feira, exigindo mais ajuda e a renúncia do presidente.
Famílias e outros refugiados gritavam frases contra o governo perto de um acampamento improvisado no qual estão abrigados desde que os combates entre muçulmanos do grupo Seleka e milícias cristãs começaram no início de dezembro.
Muitos chegaram ainda pela manhã, ainda carregando bagagens e tentando fugir de uma segunda noite de bombardeios na capital do país, Bangui.
“Nós vamos impedir a decolagem e o pouso de aviões para chamar a atenção da comunidade internacional”, disse um dos moradores do acampamento René Kaimba.
Um voo da Air France foi cancelado nesta terça-feira, enquanto voos de ajuda e da Organização das Nações Unidas também foram afetados.
Tropas francesas, enviadas para tentar controlar a violência na sua ex-colónia, cercaram a multidão.
Alguns pediram para o presidente interino Michel Djotodia renunciar. Ele chegou ao poder em março com a ajuda do Seleka, uma frágil coligação de forças rebeldes.
A República Centro-Africana continua sendo um dos países mais pobres da África, apesar de todos os seus recursos minerais. Foi palco de cinco golpes de Estado e muitas rebeliões desde a independência da França, em 1960.