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Milhares de alunos em risco de estudar ao relento em Marracuene

Um total de 2.597 alunos da 1ª a 7ª classes da Escola Primária Completa 16 de Junho, no distrito de Marracuene, na província de Maputo, vão estudar ao relento em resultado da demolição, nos próximos dias, daquele estabelecimento de ensino para dar lugar à construção da Estrada Circular. A escola em alusão localiza-se concretamente no bairro Cumbeza.

A Direcção Distrital da Educação de Marracuene reuniu-se, no último sábado (15), com os pais e encarregados de educação para informar que a Escola Primária Completa 16 de Junho será, brevemente, deita por terra, o que gerou insatisfação e revolta. Ninguém compreende as razões que levam as autoridades a demolir um estabelecimento de ensino sem antes criarem condições mínimas para albergar os instruendos.

Esta atitude, de acordo com os moradores, é uma prova inequívoca de que os governantes daquela parcela do país são desorganizados e não sabem planificar. Na verdade, os responsáveis pelos educandos não negam a transferência da instituição para outro lugar, mas contestam a forma como o processo está a ser conduzido.

Gito Muhai, pai de um dos alunos que vão passar a estudar debaixo das árvores, não escondeu o seu agastamento quando recebeu a notícia sobre a demolição Escola Primária Completa 16 de Junho. “No terreno onde será erguida a nova infra-estrutura provisória já foi lançada a primeira pedra mas ainda não há obras em curso. Os nossos filhos vão estudar debaixo de mafurreiras.”

Carlitos Makwenda considerou que a atitude tomada pelo governo de Marracuene concorre para o enfraquecimento do desempenho pedagógico dos instruendos. Antes de deitar a abaixo um estabelecimento de ensino é preciso fazer um plano que garanta que os alunos continuem a estudar de forma condigna. Entretanto, para o caso em alusão os pais e encarregados de educação nem foram consultados. Os professores vão também se queixar das dificuldades de ensinar ao relento.

A decisão de demolir a escola num período chuvoso sem, no entanto, providenciar outras instalações não foi sábia. Rosa Tavira, directora da Escola Primária Completa 16 de Junho, desdramatizou o assunto e explicou que existe um plano alternativo que prevê a construção de 12 salas de aulas e um bloco administrativo. Contudo, a dirigente não disse quando é que isso será materializado.

 

Redacção

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