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México reconta os votos de mais da metade das urnas

As autoridades eleitorais mexicanas recontaram, esta Quarta-feira (4), os votos de mais de metade das urnas das eleições presidenciais e parlamentares de Domingo por causa das queixas de fraude e solicitações de nova apuração nas áreas onde a disputa foi muito acirrada.

Os funcionários do Instituto Federal Eleitoral (IFE) disseram que a recontagem não vai alterar significativamente os resultados preliminares das eleições presidenciais, que deram a vitória a Enrique Peña Nieto, do Partido Revolucionário Institucional (PRI), que obteve mais de 38 por cento dos votos, 6,5 pontos percentuais à frente do segundo colocado.

Andrés Manuel López Obrador, candidato de esquerda que ficou na segunda colocação, não admitiu a derrota e exigiu uma recontagem, acusando o PRI de compra de votos e coação de eleitores.

Durante os 71 anos ininterruptos de governos do PRI, o partido era frequentemente acusado de manipular as eleições.

Um pequeno grupo de partidários de López Obrador montou um acampamento à frente da sede do IFE, esta Quarta-feira (4).

Nas semanas que antecederam o pleito, um movimento estudantil contrário ao PRI e a Peña Nieto ganhou força e muitos eleitores jovens aderiram à candidatura de López Obrador, especialmente na Cidade do México, onde a esquerda teve uma vitória retumbante.

“Houve muitos crimes eleitorais, urnas queimadas ou roubadas”, disse um dos manifestantes, Balam Onofre, de 23 anos.

A esquerda acusou o PRI de distribuir presentes e cartões de débito com valores disponíveis para uso nas compras, acusação que a campanha de Peña Nieto rejeita.

Em 2006, López Obrador foi derrotado por uma estreita margem pelo candidato conservador Felipe Calderón, e também acusou os adversários de fraude.

Na época, os seus partidários paralisaram, durante semanas, vias importantes da Cidade do México para exigir uma recontagem, que não aconteceu.

Desta vez, López Obrador pediu uma recontagem total, mas o IFE disse que pouco mais de metade das urnas atendiam às condições necessárias para isso, conforme uma lei eleitoral de 2007.

A lei estipula que só pode haver recontagem numa secção eleitoral onde a diferença entre os dois candidatos mais votados seja inferior a 1 ponto percentual, ou onde ocorram “inconsistências”, como com cédulas ilegíveis.

Segundo as autoridades, esses casos representam 54,5 por cento das urnas da disputa presidencial, e um pouco mais de 60 por cento das urnas para o Congresso.

“Isso é um exercício de abertura e transparência”, disse Edmundo Jacobo, secretário-executivo do comité eleitoral. Os resultados definitivos estão previstos para Quinta-feira.

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