O governo mexicano disse, Segunda-feira (4), que um despejo de gás causou a explosão que matou pelo menos 37 pessoas na sede da estatal petrolífera Pemex, na Cidade do México, gerando novos questionamentos sobre o histórico de segurança da empresa.
O procurador-geral Jesús Murillo disse que não foram encontrados traços de explosivos no local da explosão. “Fomos capazes de determinar que a explosão foi causada pela acumulação de gás no porão do edifício”, disse Murillo em entrevista colectiva, acrescentando que o gás era provavelmente metano.
O recém-empossado presidente Enrique Peña Nieto pretende, como parte de uma série de medidas voltadas para o estímulo do crescimento, fazer reformas na Pemex , que tem enfrentado diversos desastres recentes.
Murillo disse que o gás pode ter-se despejado de tanques num depósito ligado por um túnel ao local da explosão. Também é possível que o gás tenha saído de um velho duto que atravessa o prédio. Outra possibilidade é de que o metano tenha emanado do solo sob o prédio, segundo o procurador.
A Cidade do México foi construída sobre um lago aterrado, e o cheiro de esgoto muitas vezes paira sobre o centro. Murillo disse que os operários que trabalhavam nas obras de reforço na sustentação do prédio precisaram de electricidade e usaram uma extensão, o que pode ter causado a fagulha que detonou a explosão do gás.
Depois da explosão da tarde da Quinta-feira no centro da Cidade do México, houve suspeitas de sabotagem, assustando os investidores – inclusive pelos temores de que a guerra contra o narcotráfico no país, que matou cerca de 70 mil pessoas nos últimos seis anos, pudesse ter entrado numa nova fase.
A Pemex é motivo de orgulho nacional desde 1938, quando o presidente nacionalista Lázaro Cárdenas expropriou empresas britânicas e norte-americanas e nacionalizou o sector petrolífero.
Mas a estatal também mostra-se resistente a mudanças, ficando conhecida por sua ineficiência e corrupção. Desde 2004, a produção mexicana de petróleo caiu de 3,4 para 2,6 bilhões de barris diários.