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Metical animado ao longo de 2011

A divisa moçambicana, o Metical, apreciou-se em cerca de 30% até finais de 2011 como reflexo do aumento de maior procura de divisas para fazer face às importações de combustíveis líquidos.

A situação deveu-se também “à leitura errónea dos operadores do mercado aos sinais e regulamentação emitidos pelo Banco de Moçambique, bem como dos comportamentos do USD e do Rand no mercado internacional”, explica o Banco de Moçambique (BM).

Com taxas de câmbio liberalizadas em Moçambique, o comportamento do Metical em relação às moedas dos principais parceiros comerciais resulta das condições de procura e oferta de divisas no mercado local, associada aos factores externos que determinam a evolução destas moedas no mercado internacional.

Instabilidade

Ainda sobre a matéria, o banco central moçambicano explica que, entre 2000 e 2011, destacaram-se dois períodos de instabilidade cambial, tendo o primeiro ocorrido entre Julho de 2004 e Fevereiro de 2005, quando a taxa de câmbio do Metical face ao Dólar dos EUA apreciou em pouco mais de 20%, seguida de uma depreciação de cerca de 50% registada entre Março e Novembro de 2005.

O segundo momento de instabilidade cambial registouse entre Maio de 2009 e Julho de 2010, quando a divisa moçambicana depreciou em pouco mais de 45%, seguida de um período de apreciação de pouco menos de 30% registado até finais de 2011.

Apesar daqueles períodos de pressão cambial e que demandaram grandes injecções de divisas no mercado para assegurar a estabilidade da taxa de câmbio, a autoridade cambial do país logrou acumular reservas internacionais, factor importante para fazer face aos eventuais choques externos que a economia sofreu, observa ainda o Banco de Moçambique.

Refere a seguir que o saldo das Reservas Internacionais Líquidas passou de cerca de 500 milhões de dólares, em princípios de 2000, para pouco mais de dois mil milhões de dólares em finais de 2011, acréscimo justificado pelas entradas de fundos de ajuda externa para apoio ao Orçamento do Estado e à Balança de Pagamentos.

Macroeconómica

O BM explica a seguir que uma elevada volatilidade nos principais indicadores do comércio externo, tais como a balança comercial e conta corrente, pode indiciar “instabilidade macroeconómica”, ajuntando que no caso concreto de Moçambique a balança comercial e a conta corrente têm apresentado défices sistemáticos que, em muitos episódios, se justificam pela execução física e financeira dos megaprojectos de investimento, principalmente, na área de recursos minerais, sem, contudo, pressionar as reservas oficiais do país e, por consequência, a taxa de câmbio.

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