Messias Carlos Canchela, ou simplesmente Reflex Bigodão como era tratado pelos nampulenses e fãs da sua música, morreu na última quinta-feira (13), vítima de doença prolongada.
Trata-se de um artista que nasceu no mundo da música por acaso, pois teve que superar as dúvidas que pairavam nas mentes de certas pessoas em relação às suas habilidades para cantar e encantar o povo. Por via disso, lutou muito para se tornar um músico de renome, numa cidade onde a arte é praticada pela maioria dos jovens e cada um desafia as exigências do mercado.
Há quem diga que Reflex Bigodão conseguiu satisfazer o seu desejo, embora lhe restassem algumas conquistas por realizar, segundo as suas aspirações ainda em vida. A sua fama foi testemunhada minutos depois do anúncio da sua morte e, igualmente, nas cerimónias fúnebres, em que vários admiradores, amigos, colegas de trabalho, familiares, entre outras pessoas se fizeram para prestarem o seu adeus ao artista.
Segundo reza a sua história no mundo da música, o finado dedicou os seus 11 anos de vida à vida artística. Contudo, apenas nos últimos quatro anos da carreira é que começou a colher os frutos do seu trabalho, embora depois de ultrapassar muitos sacrifícios e obstáculos.
O nível de popularidade das suas músicas, sobretudo nas regiões rurais da província de Nampula, fez com que o apelidassem carinhosamente de Reflex Bigodão. Nos primeiros anos do seu envolvimento com a arte de cantar, actuava sem, no entanto, exigir pagamento, uma iniciativa que tinha em vista a sua auto-promoção. Contou, igualmente, com o apoio de alguns radialistas como Docles José (falecido), Octávio Fonseca, Victor Máquina e Abdul Cadre que o ajudaram a publicitar o seu trabalho.
Durante aquele período, teve a oportunidade de trabalhar com o artista Charifo Victor Salimo, o qual considera (va) seu instrutor, a par dos seus companheiros 3C Chocolate, Faia, Mr. Ama, Professor Lay, Marcelo Am Too, incluindo o, também, falecido Nelson Americano. Reflex Bigodão deixa viúva e dois filhos.
