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Menor de idade agredido mortalmente por duas crianças em Nampula

Um menor de apenas nove anos de idade, que em vida respondia pelo nome de Ito Eduardo, foi, no passado dia 16 de Janeiro em curso, na cidade de Nampula, província com o mesmo nome, Norte de Moçambique, espancado e esfaqueado ate à morte por outras duas crianças de 10 anos de idade.

O incidente chocou os moradores da zona da Rex, bairro de Muchinha, arredores daquela cidade. Os assassinos são Zinho Varique e Edgar William.

Naquele dia, eles amordaçaram o petiz e, para além de o espancarem, desferiram golpes contra ele com recurso a uma faca. Na sequência do acto atiraram o seu corpo num dique conhecido por “Represa do Ford”. A vítima só foi localizada no dia seguinte.

Como é que tudo começou?

Ito, Zinho e William encontravam-se a tomar banho naquela represa e começaram uma briga que gerou uma aposição de dois contra um. A vítima havia saído de casa por volta das 13 horas do dia 16 e demorou regressar.

Por volta das 18 horas, os familiares ficaram preocupados e encetaram buscas. Houve várias consultas a parentes, amigos e vizinhos na tentativa de saber se alguém teria ou não visto Ito. Outro menor, que por sinal assistiu à briga, informou que a pessoa que estava a ser procurada teria estado na “Represa da Ford”.

As buscas

Os familiares do finado foram até ao local. A primeira coisa com que se depararam foi a roupa do Ito. Na mesma noite houve busca, porém, sem sucesso. No dia seguinte, os parentes do menor voltaram para a represa e encontraram o corpo sem vida nas margens daquele lugar usado pela comunidade para o banho e para a beberagem do gado bovino.

Depois de investigações, os familiares do finado concluíram que o seu ente querido havia sido assassinado barbaramente por outros dois menores, por sinal amigos e residentes no mesmo bairro e rua.

Anida não se sabe o que teria originado a briga que provocou a fúria daqueles dois menores a ponto de tirarem a vida do amigo. Um dos petizes mudou de cidade.

Drama da família

Ana Afonso, de 30 anos de idade, é hoje uma mulher agastada e com o semblante entristecido. Não esconde a dor de ter perdido o único filho em circunstâncias estranhas.

Segundo as suas palavras, no dia 16 de Janeiro quando deu pela falta do filho, às 18 horas, ficou confusa. Pressentiu que algo errado teria acontecido. Quando soube que Ito foi para a represa, pensou no pior: rapto. Naquela noite não conseguiu dormir. A sua maior dor foi ver o filho estatelado no chão, sem vida.

A família de Ito Eduardo lamenta o afastamento dos parentes de Edgar William e Zinho Varique. Ainda não foram prestar condolência. Condena a atitude dos agentes da Polícia da República de Moçambique afectos ao Posto Maior da Zona do Clube Cinco, pertencente à terceira esquadra, por não terem ajudado nas buscas do malogrado.

A outra preocupação da mesma família tem a ver com o facto de ter sido obrigada a assinar uma declaração, segundo a qual não vai mover nenhum processo-crime contra as “crianças assassinas” nem contra os seus parentes.

Entretanto, o avô e o pai do malogrado exigem justiça como forma de evitar que haja conflitos entre as três famílias.

Zinho Varique é considerado uma criança tranquila e dedicada à escola pelos vizinhos. Já Edgar William, órfão de mãe, tem uma vida conturbada. “É um rapaz insatisfeito”, segundo nos disse Filismina Inácio, sua prima.

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