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Menor com albinismo raptado em Tete, é a sexta vítima na província em menos de três meses

Os albinos continuam a viver dias difíceis em Moçambique, no passado sábado(06) um menor de sete anos de idade, portador deste defeito genético hereditário, foi raptado da residência dos seus familiares na localidade de Penda, no distrito de Moatize. É a sexta vítima na província de Tete desde que o Governo criou uma comissão inter-ministerial para estancar o rapto e o tráfico dos moçambicanos portadores de albinismo.

O menor foi levado por sete malfeitores, portadores de arma de fogo, que durante a noite introduziram-se na residência da família, ameaçaram a sua mãe e fugiram numa viatura que haviam estacionado nas proximidades.

“Eu gostaria que arranjassem uma forma de protegermos estes dois menores que ficaram(que também são albinos), não sei como é que posso fazer” afirmou impotente o tio da vítima à Rádio Moçambique.

A “caça” aos albinos não é um crime novo mas agravou-se no nosso país em 2015 e tinha como epicentro a província de Nampula. Contudo no início de Dezembro, pouco depois do Executivo de Filipe Nyusi criar uma comissão, envolvendo vários instituições, com vista a garantir segurança e protecção das pessoas portadoras de albinismo, registou-se o primeiro rapto na província de Tete, uma criança de cinco anos de idade foi raptada quando estava na companhia do seu pai na região de Chirodzi.

No começo do ano três outras crianças albinas foram sequestradas nos distritos de Angónia, Changara e Moatize, e em meados de Janeiro um jovem de 17 anos de idade também foi “caçado” pelos criminosos que se acredita trabalharem a mando de feiticeiros, que se acredita não serem moçambicanos, que pagam alguns milhões de meticais por partes dos corpos destes cidadãos e usam-nos em poções alegadamente mágicas que contribuem para a cura de toda a sorte de maleitas.

De acordo com o ministro moçambicano da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, Lino de Almeida, até meados de Janeiro de 2016 haviam sido registados 20 casos na província de Nampula, 15 na Zambézia, alguns no Niassa e dois em Inhambane. Pelo menos meia centena de indivíduos foi detida pela Polícia da República de Moçambique e indiciados pelo rapto e assassinato de albinos contudo nenhum deles identificou o(s) mandante(s).

Os albinos são portadores de um defeito genético hereditário que os impede de produzir a melanina, o pigmento que dá origem à cor da pele, do cabelo e dos olhos.

Em Março de 2015 a Organização das Nações Unidas (ONU) alertou para o aumento de ataque contra pessoas com albinismo em vários países do sul e leste de África devido a proximidade de eleições em vários países onde políticos recorrem a rituais de bruxaria para aumentar as suas hipóteses de chegar ao poder.

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