Rui Bulha, um membro sénior e influente da Renamo, o maior partido da oposição em Moçambique, decidiu abandonar as fileiras desta formação por não ter sido permitido ocupar o assento de deputado na Assembleia da Republica (AR), o parlamento.
Na qualidade de suplente, Bulha devia ser a pessoa indicada para preencher o lugar deixado por morte, semana passada, de Fernando Mbararano.
As eleições legislativas em Moçambique são realizadas com base em listas partidárias de cada uma das 11 províncias. As normas determinam que em caso de morte ou renúncia de algum deputado titular, o lugar é ocupado pelo colega que segue na lista de suplentes. Bulha refere que a vaga deixada por Mbararano devia ser ocupada por ele, o que, segundo disse, não aconteceu.
De acordo com Bulha, a liderança da Renamo decidiu preteri-lo a favor de Manuel Bissopo, um ex – delegado político deste partido na capital provincial de Sofala, Beira, que, para Bulha, nem se quer consta da lista dos deputados suplentes.
Bulha prontamente se demitiu do partido, entregando, ao secretário-geral do partido, Ussufo Momade, o seu cartão de membro e todos os panfletos e bandeiras que estavam em sua posse.
“Eu sinto-me injustiçado”, disse Bulha, acrescentando que “primeiro pela Renamo e depois pela liderança da Assembleia da Republica que permitiu que isso acontecesse, pois existem listas oficiais em que eu consto como suplente número um pelo círculo eleitoral de Sofala”.
Ele disse ainda estar “cansado de trabalhar para os outros. Todos eles comem desde o presidente Dhlakama até ao delegado politico provincial, Manuel Lole, e outros membros da cúpula’. ‘’Quem está a estragar a Renamo é o Presidente Dhlakama. Ele é quem faz tudo ao contrário”, disse Bulha, citado pelo “Noticias”.