Mais de dois anos depois, o agente da Polícia da República de Moçambique (PRM), em Nampula, que matou a tiro um jovem de 22 anos de idade, identificado pelo nome de Domingos António Anli, carinhosamente conhecido Tchitcho, foi condenado a 20 anos de prisão maior, pelo Tribunal Judicial da Província de Nampula.
O crime, cometido por um agente da Polícia de Investigação Criminal (PIC), actual Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), aconteceu na manhã de 11 de Abril de 2015, no bairro de Namicopo, cidade de Nampula.
Amigos e familiares da vítima revoltaram-se e saíram à rua exigindo justiça. As autoridades chamaram a Polícia anti-motim, que usou gás lacrimogéneo e balas de borracha para dispersar os populares que se dirigiram à esquadra local exigindo a cabeça do agente que fez o disparo mortal.
Refira-se que Tchitcho foi abordado na manhã daquele dia, quando se encontrava com amigos na rua Dom Manuel Vieira Pinto, por dois agentes da SERNIC, à paisana, que, exibindo um mandato, pretendiam detê-lo sob uma acusação que aos olhos de populares era descabida.
Tchitcho também questionou a detenção o que gerou uma discussão. Vários outros cidadãos começaram a aglomerar-se no local, público, o que terá intimidado os policiais e empunharam as armas que traziam.
Na última quinta-feira (21), o tribunal deu por encerrado o processo número 82/2015 sentenciando o agente do SERNIC, Zalala Albino Branquinho, a 20 anos de prisão maior.
O réu foi igualmente condenado a indemnizar a família do finado com uma quantia de 50 mil meticais, o que segundo o pai do mesmo é bastante irrisório. “O valor é muito pouco. O meu filho tinha profissão, era motorista e podia arranjar esse dinheiro em pouco tempo”.
