A estrela de cinema Angelina Jolie disse que teve os seus ovários e trompas removidos para evitar o risco de cancro do ovário, doença que matou a sua mãe aos 56 anos.
A actriz fez o anúncio num artigo publicado nesta terça-feira no New York Times, quase dois anos depois de ter sido submetida a uma mastectomia dupla, após ter sido informada que corria alto risco de cancro de mama.
Activista em prol dos direitos humanos, Jolie, de 39 anos e mãe de seis crianças, disse ter concluído que deveria ir a público falar às outras mulheres sobre as opções disponíveis para elas. “Eu sinto-me feminina, e alicerçada nas escolhas que estou a fazer para mim e para a minha família. Sei que meus filhos nunca vão precisar dizer que a mãe ‘morreu de cancro do ovário’”, escreveu Jolie.
O procedimento provoca a menopausa, acrescentou. “Eu não vou ser capaz de ter mais filhos, e prevejo algumas mudanças físicas. Mas eu sinto-me à vontade com o que virá, não porque eu seja forte, mas porque isto faz parte da vida. Não é nada a ser temido.”
Jolie, que também perdeu a tia e uma avó vítimas de cancro foi submetida a uma salpingo-ooforectomia bilateral, por laparoscopia, na semana passada, depois de exames de sangue revelarem possíveis indícios de cancro precoce. A atriz disse que os médicos afirmaram que ela possuía um risco de 50 por cento de cancro do ovário, devido a uma mutação genética herdada.
O seu marido, o ator Brad Pitt, viajou da França para os Estados Unidos ao lado dela, depois de ter-lhe contado sobre os exames, escreveu. “A coisa bonita sobre esses momentos na vida é que há tanta clareza. Você sabe por que vive e o que importa. É polarizador, e é tranquilo”, acrescentou.
Ela baseou a sua decisão anterior de passar por uma mastectomia dupla na informação de que havia um risco de 87 por cento de desenvolver o cancro da mama. O seu anúncio da decisão num artigo no New York Times em Maio 2013 foi amplamente elogiado por celebridades, sobreviventes ao cancro e profissionais médicos, pela transparência com que tratou o assunto.
No artigo desta terça-feira, intitulado “Diário de uma cirurgia”, ela afirmou que não havia sinais de cancro no tecido removido e um DIU com progesterona foi inserido no seu útero para ajudar a manter o equilíbrio hormonal e prevenir ancro do útero. “Não é possível remover todos os riscos, e o facto é que eu permaneço propensa ao cancro”, disse ela.
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos diz que aproximadamente 20 mil mulheres têm cancro do ovário e cerca de 14.500 morrem da doença a cada ano no país.