O Movimento Memocrático de Moçambique (MDM) reitera as acusações de que os seus membros estão a ser vítima de intimidação por parte das autoridades policiais nas três autarquias que vão ser palco das eleições intercalares 7 de Dezembro, nomeadamente Quelimane, Pemba e Cuamba.
O presidente do MDM, Daviz Simango, citado pelo jornal Diário de Moçambique, disse que as detenções de alguns membros da sua formação política acusados de atropelos à lei e ordem que foram feitas em Cuamba, na província do Niassa, e Quelimane, na Zambézia, não passam de manobras para meter medo aos apoiantes do partido que dirige. “Mas não nos deixamos intimidar”, afirmou a Simango, negando que membros militantes do partido do “galo”, estejam a enveredar por atitudes contrárias à legislação eleitoral moçambicana.
Pelo menos 100 mil meticais teriam sido pagos pelo MDM aos tribunais em Cuamba (80 mil) e Quelimane (20 mil), durante a campanha que começou na passada terça-feira e que termina domingo, alegadamente em pagamento de cauções para libertação dos membros detidos acusados de violarem a legislação eleitoral naqueles dois municípios, onde decorre a campanha com vista ao pleito intercalar de 7 de Dezembro. “ Não e compreensível que um partido que esteja a concorrer nestas eleições se sinta obrigado a pagar caução”, disse a jornalistas em Pemba, o presidente do MDM, acrescentando que para o caso de Cuamba um dos detidos e membro da Assembleia Provincial, tendo ido parar a prisão por ter levado a força para a esquadra da policia uma mulher que se supunha que estivesse a fazer fraude a favor da Frelimo.
As autoridades consideraram o acto de rapto. “O nosso membro foi detido, embora com a imunidade, por não ter querido fazer justiça com as suas próprias mãos”, lamentou Simango, referindo que mesmo em Pemba uma mulher, membro do MDM, foi detida, acusada de violar a lei eleitoral por ter sido encontrada a recolher cartões de potenciais eleitores. Simango justificou que tal membro do MDM estava a fazer a recolha dos cartões para o efeito de inscrição do candidato ao cargo de edil, Assamo Tique, e não para fazer fraude.
A polémica sobre a suposta recolha ou recenseamento paralelo de cidadãos já inscritos em cadernos eleitorais, tem marcado a campanha, pelo menos na cidade de Pemba. Há dias foi o próprio MDM que acusou a Frelimo de estar a tentar fazer fraude por alegadamente ter mandado recolher os nomes e números de cartões de eleitor dos seus membros. Luis Boavida, secretário-geral do MDM, veio a público denunciar o que considerou “fraude eleitoral antecipada”, tendo em conta o facto de vigilantes do MDM terem surpreendido um chefe de quarteirão a fazer tal trabalho a mando da direcção da Frelimo em Cabo Delgado.
Por seu turno, a Frelimo defendeu-se reconhecendo que, de facto, mandou fazer o trabalho de recolha de nomes e números de cartões de eleitor dos seus membros, mas explicou que tal tratava-se de trabalho meramente organizativo.