Os jogadores da equipa principal do Maxaquene, clube campeão nacional em título, boicotaram, nesta quarta-feira (10 de Julho), a sessão de treino prevista para este dia em reivindicação do não pagamento de luvas de contratação e prémios de jogo.
Depois de a equipa estar reunida para mais um treino, os três capitães, nomeadamente Macamito, Campira e Gabito, informaram ao técnico principal, Arnaldo Salvado, que os jogadores iriam boicotar a sessão como forma de pressionar a direcção daquele clube a pagar a dívida que tem para com os estes. Trata-se do prémio de assinatura de contrato, um valor que é pago aos atletas no acto da celebração do acordo ou, por concordância de ambos, como é o caso do Maxaquene, pago em partes durante doze meses.
Contudo, até hoje a direcção daquele clube não ousou desembolsar um centavo sequer referente à presente época, segundo afirmaram os jogadores. Ademais, aqueles atletas reclamam, também, o não pagamento de prémios por objectivos alcançados, a começar pelo da conquista do campeonato nacional, no ano passado, até pelas oito vitórias e cinco empates na presente temporada.
No entanto, alguns jogadores contactados pelo @Verdade, aclararam que não se trata de falta de salário como tal e que neste aspecto a direcção do Maxaquene tem honrado com os seus compromissos.
Arnaldo Salvado pede compreensão aos jogadores
O técnico principal da equipa tricolor, Arnaldo Salvado, confirmou que, de facto, os jogadores não treinaram nesta quarta-feira por reivindicação dos prémios de contrato. “Posso confirmar, efectivamente, que os jogadores não treinaram por reivindicar o incumprimento contratual da direcção e não ter chegado nenhum membro dela para tentar solucionar o problema. É algo que vem se alastrando desde o início do ano e que acaba afectado a componente psicológica dos jogadores e o trabalho dos técnicos”, disse.
Arnaldo Salvado foi ainda mais longe ao revelar que a equipa técnica do Maxaquene, incluindo ele próprio, está com atraso salarial de três meses, mas que isso não seja motivo para uma possível revindicação como fazem os jogadores, por compreender que a crise financeira mundial afecta também o seu clube.
Aquele treinador disse entender que o Maxaquene enfrenta uma dificuldade enorme na gestão financeira pedindo, por outro lado, compreensão aos jogadores bem como a entrega da direcção do clube tricolor com vista a resolução do problema que se coloca.
Direcção não confirma problemas financeiros
“Nesta manhã fomos comunicados pela estrutura de futebol que houve alguma paralisação dos treinos e não comparência de alguns jogadores. Esta acção não foi por vontade expressa deles mas, sim, resultado de alguma agitação dentro da estrutura do futebol do clube. Ou seja, não foram os jogadores que disseram que não pretendiam treinar e eles nos confessaram que receberam orientações de alguém para não se fazerem aos treinos, com finalidade de passar uma mensagem de que dentro do clube há problemas” disse Alexandre Chivale, membor sénior da direcção.
Porém, a fonte negou a versão trazida pelo treinador Arnaldo Salvado de uma possível existência de atraso salarial de três meses sem, contudo, abordar a questão do não pagamento das luvas de contratação e prémios de jogo aos atletas.