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Mau tempo faz estragos

Cinco pessoas morreram e outras 22 ficaram feridas na sequencia de mau tempo que se registam nos últimos dias em Moçambique, concretamente nas regiões centro e sul. De acordo com informações do Centro Operativo Nacional de Emergência (CENOE), do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), os danos causados pelo mau tempo afectaram cumulativamente mais de 13 mil pessoas.

Estes dados foram apresentados esta sexta-feira, em Maputo, durante um encontro do Comité Técnico de Gestão de Calamidades, no seu habitual encontro semanal de balanço das actividades. Entre os dias 10 e 12 de Janeiro de 2011, registaram-se chuvas intensas (mais 50 milímetros) nas províncias de Manica, Sofala, Gaza e Inhambane acompanhadas de trovoadas e ventos fortes, que se fizeram sentir com maior intensidade nos distritos localizados na parte sul de Manica (Sussundenga, Mossurize e Machaze).

Segundo o CENOE, nesse período o mau tempo causou um morto e afectou 54 famílias. Ainda, provocou a destruição parcial e completa de 51 casas e três escolas, respectivamente, destruiu duas pontecas, 12 salas de aula, duas igrejas e mesquitas, uma unidade sanitária. De referir que notícias avançadas quinta-feira indicavam a morte de um total de 11 pessoas só na província de Manica, na sequência do mau tempo que se faz sentir na região, das quais oito por descarga atmosférica, ocorrida no distrito de Mossurize.

Citando o administrador de Mossurize, Alberto Chimoio, a edição de quinta-feira do jornal “Noticias”, apontava que as vítimas da descarga atmosférica são todas crentes da Igreja Apostólica Zione, surpreendidas em pleno culto religioso.

Descargas de Kariba podem provocar inundações no vale do Zambeze

A Bacia do Zambeze, no centro de Moçambique, corre o risco de voltar a ficar inundada, na sequência de descargas a serem efectuadas, nos próximos dias, pela Barragem de Kariba, na Zâmbia. Segundo o Centro Operativo Nacional de Emergência (CENOE), devido a chuvas fortes que se registam na Zâmbia, a montante do Rio Zambeze, a barragem de Kariba já não tem capacidade para encaixar as águas e vê-se obrigada a abrir as suas comportas.

Não se sabe ainda o volume de água a ser descarregada por aquela barragem vizinha. As autoridades zambianas vão informar à contraparte moçambicana sobre a quantidade de água a ser evacuada para o Rio Zambeze, assim que iniciar a abertura das comportas. As novas descargas podem complicar a situação do Vale do Zambeze, embora o nível das águas, neste momento, esteja abaixo do alerta e com tendência a baixar.

De referir que, em Dezembro, houve inundações no Vale do Zambeze, na sequência das descargas da Barragem de Cahora Bassa, que totalizaram pouco mais de cinco mil metros cúbicos por segundo. Actualmente, as descargas de Cahora Bassa rondam os 1.900 metros cúbicos por segundo.

Previsões meteorológicas para o período que vai de 14 a 20 do corrente mês indicam a possibilidade de continuação da ocorrência de chuvas intensas no Zimbabwe e na parte sul da Zâmbia. Ainda, prevê-se chuva em regime moderado a forte na zona centro, concretamente nas províncias de Tete, Manica e interior de Sofala e Zambézia, bem como para o interior de Nampula e Niassa, no norte, e parte do alto Changane, em Gaza, no sul do país.

Segundo o CENOE, as bacias de Púnguè, em Sofala e Maputo, continuam em alerta e com tendência de subir, e há possibilidade de redução de níveis hidrométricos em Magude (bacia de Incomati). Enquanto isso, a bacia do rio Limpopo continuará a registar subida de nível hidrométrico face ao incremento das descargas de Massingir, bem como as afluências de montante. As restantes bacias hidrográficas poderão registar variações dos níveis hidrométricos, com tendência para subir, contudo poderão manter-se abaixo de alerta.

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