Dois marinheiros moçambicanos supostamente sequestrados por piratas somalis em Março do ano passado estão actualmente em Colombo, República do Sri Lanka, depois de terem sido resgatados das mãos de piratas somalis.
O Ministro das Pescas, Victor Borges, disse que os dois moçambicanos faziam parte de uma tripulação que incluía marinheiros quenianos e taiwaneses que terão sido sequestrados numa zona de pesca de atum, em águas territoriais moçambicanas, fazendo-se transportar numa embarcação designada “Kayum 227”, agenciada pela Navimar no que se refere à contratação de tripulações.
Citado pelo jornal Diário de Moçambique, Borges revelou que no total eram 12 marinheiros moçambicanos, sendo que dez já se encontram em Maputo “há bastante tempo”, apesar de o Governo não saber ainda com que meios chegaram ao país.
Segundo o ministro das Pescas, a empresa agenciadora, a Navimar, não fez chegar às autoridades governamentais nenhuma informação sobre o desaparecimento dos dois moçambicanos, desconhecendose a razão porque esta se manteve no silêncio.
As autoridades moçambicanas descobriram que a embarcação na qual se faziam transportar os marinheiros não tinha licença para pesca de atum nas águas nacionais.
Borges disse ainda que o Executivo soube da existência dos moçambicanos no Sri Lanka há poucos dias, através de um diplomata queniano que se encontrava em socorro dos seus concidadãos em Colombo, tendo, de imediato, contactado a embaixada de Moçambique na Índia.
“É importante dizer que em 2010, quando a embarcação foi sequestrada, não estava licenciada para exercer a actividade pesqueira nas nossas águas, ou seja, estava em águas internacionais quando foi sequestrada ou nas nossas águas ilegalmente. De qualquer modo, enquanto aprofundamos onde a embarcação foi sequestrada de facto e o que estaria a fazer, vamos dar prioridade ao repatriamento dos nossos compatriotas”, disse o ministro das Pescas.
Mais adiante, Borges disse que o Governo pretende descobrir porque é que a Navimar não reportou o sucedido às entidades competentes.
Segundo o ministro das Pescas, este caso deu-se muito antes do sequestro, também por piratas somalis, da embarcação “Vega 5”, da Pescamar, em Dezembro de 2010, na zona de Bazaruto, província de Inhambane, com 19 marinheiros moçambicanos, dos quais 13 viriam a ser resgatados numa operação envolvendo a marinha indiana. Os restantes são dados como desaparecidos.
Consta, segundo Borges, que os moçambicanos terão ficado em cativeiro cerca de oito meses na Somália, tendo depois sido usados pelos piratas nas suas acções e depois abandonados no alto mar onde terão sido resgatados por uma entidade ainda desconhecida até Sri Lanka.