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Margareth, que venceu o Cancro

Margareth

Prestes a completar 53 anos – o que acontecerá no próximo mês de Dezembro –, Margareth Aragão, a quem já foi diagnosticado cancro da mama por três vezes, nunca se deixou abater.

@Verdade – Quando e como descobriu que tinha cancro da mama?

Margareth Aragão – Em 1996. Descobri fazendo o autoexame. Percebi que tinha qualquer coisa errada. Procurei o médico e fiz os exames; na verdade, o resultado veio apenas confirmar aquilo de que já desconfiava.

@V – Qual foi a sua primeira reacção?

MA – Susto. A gente assusta-se um pouco, até se acostumar com a ideia vive-se um desespero, mas acho que é natural. Depois de se acostumar com a ideia, com o consolo e conselhos dos amigos, vai-se assumindo aos pouquinhos, não é fácil.

@V – Como é que a sua família recebeu a notícia?

MA – Quase todos ficaram muito assustados e consternados por não saberem como encarar. Acho que uma coisa é a gente saber do nosso estado de saúde e outra são as outras pessoas porque, quando sabemos da nossa situação, é fácil contornar os problemas.

@V – É mais complicado para o doente ou para os parentes falar sobre o assunto?

MA – Os parentes sofrem muito nessas situações. Quando o problema é connosco há sempre uma forma de buscar força para lutar contra a doença, enquanto os parentes, além do susto, ficam com pena da doente. É mais complicado para os outros do que para o próprio paciente. Eles ficam com medo de tocar no assunto, que o doente possa reagir mal e o que acontece é que, muitas vezes, é o doente a exteriorizar o que sente para não deixar os outros numa situação desconfortável.

@V – Sentiu receio de uma reacção negativa por parte de outras pessoas?

MA – Sim. Porque o que acontece é que as pessoas acabam ficando com pena do que você está sentindo. Isso, em algum momento, faz com que o doente reaja, ou seja, não passe a imagem de coitado.

@V – Como foi no seu caso?

MA – Passei a encarar de outra maneira a doença e o próprio tratamento que era muito doloroso. Caiu o meu cabelo, foi algo terrível, não tem coisa pior para uma mulher do que a própria estampa. Apesar dos filhos e amigos, eu tive mais apoio da minha mãe.

@V – Foi a única vez que teve cancro da mama?

MA – Não, já tive mais duas. Além de 1996, tive em 2004 e 2009. A partir do momento em que me foi diagnosticado o cancro da mama, passei a fazer exames regulares e foi detectado bem no início e não fiz tratamento forte como da primeira vez.

@V – Foi o primeiro caso de cancro da mama na família?

MA – Sim. Depois a minha irmã também teve.

@V – O que a doença mudou na sua vida?

MA – Tudo isso fez com que eu mudasse os meus conceitos, a forma de ver a vida, a forma de encarar as pessoas. Passei a dar mais valor às coisas pequenas do dia-a-dia. Passei a viver cada momento sem esperar muito.

@V – Que conselho deixa para as outras mulheres?

MA – As pessoas têm a mania de deixar muita coisa para fazer mais tarde. O que digo é que as mulheres têm de viver aqui e agora e têm de se cuidar porque é uma doença que, infelizmente, está a ficar popular. Assim que sentirem algo estranho, o importante é irem ao médico e confiarem muito no tratamento.

@V – O que é para si uma mulher completa?

MA – É aquela que se cuida, dá atenção a si e aos outros, porque temos de nos dedicar aos filhos, mas quando não se cuida não se terá saúde para se cuidar dos outros, portanto, é preciso cuidar do seu organismo.

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