Pelo menos uma pessoa morreu e quatro foram internadas nos hospitais gerais de Mavalane e José Macamo devido a cólera. Este é o balanço preliminar de casos da doença registados entre os dias 17 e 23 de Abril, no bairro da Costa do Sol, na cidade do Maputo, a capital moçambicana.
Maria Benigna Matsinhe, da direcção de Saúde da cidade de Maputo, diz que o primeiro caso foi identificado no dia 21 numa família de sete pessoas que padeciam de diarreias, e o segundo ocorreu dois dias depois no mesmo bairro residencial.
Neste momento o número de casos registados totaliza 20 doentes facto que, segundo Matsinhe, levou as autoridades sanitárias a efectuarem exames que mais tarde viriam a confirmar que cinco dos doentes padeciam da cólera.
A fonte explicou ao “Noticias” que a epidemia foi causada por problemas de higiene e de má conservação de latrinas, situação que sempre afectou o bairro da Costa do Sol.
Os doentes foram internados nos hospitais de Mavalane e José Macamo, onde foram tratados. Esta é a primeira vez que Maputo volta a registar a ocorrência de cólera desde 2007.
Matsinhe avançou que desde que foram registados os primeiros casos de diarreia, adoptou-se uma estratégia que se centra na sensibilização das famílias.
“A ideia é fazer com que a mensagem de melhorar a higiene e o saneamento à volta das casas chegue melhor ao destinatário do que em reuniões com a participação de muita gente”, explicou Ela.
Matsinhe indicou que, até ao momento, tudo indica que a situação não vai agravar-se, graças à intervenção atempada do sector da Saúde nas acções de prevenção, “mas o alerta é preocupante porque o vibrião colérico está a circular”.
Para evitar a propagação dos casos, estão a ser feitas campanhas de pulverização das residências, particularmente no bairro da Costa do Sol, para eliminar o vírus que causa a doença.
Ainda no que tange à prevenção, Matsinhe disse estarem a ser criadas todas as condições de resposta para qualquer situação, uma vez que já existe um Centro de Tratamento de Cólera (CTC) e existem também tendas capazes de albergar mais de 2000 doentes.
Neste momento a epidemia só atingiu a zona da Costa do Sol, mas os bairros mais propensos a ocorrência desta epidemia são os da Mafalala, Chamanculo, Maxaquene A e B, Polana-Caniço A e B, onde já trabalham brigadas de sensibilização contra a doença.