Vinte anos depois de ter deixado o poder, Manuel Pinto da Costa, que dirigiu São Tomé com mão de ferro entre 1975 e 1991, foi eleito Presidente da República na segunda volta das presidenciais.
Pinto da Costa obteve 52,88 por cento dos votos contra os 47,12 por cento obtidos pelo seu rival, o presidente da Assembleia Nacional Evaristo Carvalho, num escrutínio disputado que terá tido perto de 26 por cento de taxa de abstenção, anunciou esta madrugada o presidente da comissão eleitoral nacional, Victor Correia.
Espera-se durante a manhã de hoje resultados mais detalhados acerca do escrutínio, resultados esses que serão validados pelo Tribunal Constitucional nos próximos dias.
Caso se confirme este desenlace, Manuel Pinto da Costa tomará posse no dia 3 de Setembro e ficará no cargo durante cinco anos, à frente de um dos países mais pobres do mundo.
Pinto da Costa, que festejou na sexta-feira o seu 75º aniversário, quis encarnar a estabilidade num país que conheceu 18 primeiros-ministros desde 1990.
O político – que já perdeu duas vezes as eleições para a presidência, em 1996 e 2001 – disse durante a campanha querer lutar contra a corrupção, um problema endémico no arquipélago.
O adversário de Pinto da Costa, Evaristo Carvalho, de 70 anos, foi eleito por duas vezes primeiro-ministro. Hoje em dia Evaristo defende as cores do partido Acção Democrática Independente, que venceu as legislativas de Agosto de 2010 e que é o partido do primeiro-ministro Patrice Trovoada.
O arquipélago de São Tomé e Príncipe vive uma crise financeira permanente e o seu orçamento provém, em cerca de 80 por cento, da ajuda internacional.
É um dos raros países do golfo da Guiné que não exporta petróleo, mas fontes económicas e diplomáticas estimam que a produção possa arrancar em 2014.