O Comité Sindical dos Trabalhadores da Kayum Electronics e o patronato não alcançaram nenhum consenso relativamente às conversações mantidas nesta segunda-feira (25), em Maputo, no que diz respeito a várias inquietações levantadas pelos funcionários. Apenas decidiu-se aumentar o salário e atribuir-se de bónus de antiguidade aos trabalhadores com cinco ou mais anos de trabalho.
O secretário do Comité Sindical dos Trabalhadores da Kayum Electronics, Virgílio Machaieie, disse que o patronato comprometeu-se a aumentar 30 porcento no vencimento de cada funcionário, o bónus de antiguidade varia de 20 porcento para trabalhadores com cinco a 10 anos de trabalho e 30 porcento para trabalhadores com 10 a 20 anos de trabalho.
Segundo Machaieie, não houve consenso em relação aos outros pontos, tais como subsídio de funeral, desconto dos seus vencimentos e sua canalização ao Instituto Nacional de Segurança Social (INSS), humanismo no trabalho. Uma nova ronda de mediação laboral realizar-se-á na próxima quinta-feira (28) e espera-se sejam ultrapassadas as divergências entre as partes.
“Caso não se resolvam todos os problemas que apoquentam os trabalhadores será efectuada uma greve indeterminada e consequente paralisação de actividades”, ameaçou Machaieie, para quem a era da escravatura e maus-tratos deve chegar ao fim através da elaboração de um acordo tripartido envolvendo o patronato, os empregados e a Direcção do Trabalho da Cidade de Maputo e devem ser salvaguardados também todos os direitos reclamados.
“Suspendemos a greve por 48 horas e regressamos aos nossos postos de trabalho temporariamente, porque precisamos de ser tratados como pessoas e não como cães”, concluiu Virgílio Machaieie.
O patronato não quis prestar qualquer declaração sobre o diferendo, alegadamente porque a pessoa indicada para prestar informação encontrava-se ausente. De referir que dos avanços obtidos nos dois pontos acima mencionados, a sua implementação depende do cumprimento de todo pacote reivindicativo.